O portal G1 publica hoje (dia 16/1) uma grave denúncia sobre a situação da Educação Infantil em Japeri, local onde um grupo mães está há 14 dias acampado à espera da abertura das matrículas para as creches municipais locais. As inscrições para as unidades da Educação Infantil começaram nesta segunda-feira (dia 16/1) e, segundo a reportagem, desde cedo a rua em frente à Creche Municipal Antônio Jorge Aruante se encontrava lotada. Mas o que mais chamou a atenção na matéria foi a história de um grupo de mães que, há duas semanas, se encontram praticamente vivendo acampadas na porta desta unidade escolar na esperança de encontrar uma vaga para seus filhos.
Este grupo enfrentou as chuvas dos últimos dias e, agora, o calor forte, numa luta que todos os anos se repete: conseguir matricular suas crianças nas creches do município. Este ano, elas tiveram que criar um revezamento, em três turnos, para garantir seus lugares na fila. Segundo uma das mães que participa desta verdadeira odisseia e que não conseguiu vaga para o filho no ano passado, o grupo se dividiu em turnos diários, inclusive nas madrugadas, para tentar matricular as crianças. Elas estão dormindo numa quadra de esportes em frente à entrada da escola e reclamam da total falta de infraestrutura sanitária no local e que não dispõem de qualquer apoio da prefeitura.
Ouvida pelo G1, a prefeita de Japeri, Fernando Ontiveros, afirmou que além das vagas regulares, estão sendo criados convênios com instituições privadas para oferecimento de 110 novas em creches particulares. Também disse que está sendo construída uma nova unidade da Educação Infantil, que só deve ficar pronta em novembro, com mais 250 vagas. Também no segundo semestre, a prefeita prometeu um concurso público para contratação de professores, mas explicou que não tem condições de implantar um sistema online de matrículas.
O Sepe lamenta e se solidariza com o sofrimento das mães de Japeri em sua luta em busca daquilo que é o seu direito, ou seja, o de matricular seus filhos em uma unidade pública de educação e possam, assim, trabalhar para ajudar no sustento das suas famílias. O sindicato lembra, que, em janeiro do ano 2000, tivemos um sério incidente de violência contra responsáveis que passavam a madrugada em uma fila de matrícula, na porta da Escola Municipal Mestre Valentim, no bairro da Pavuna (RJ). Cinco delas foram espancadas e estupradas por bandidos que fugiam de um confronto numa favela próxima ao local.
Veja matéria do RJ TV 1 sobre a maratona das mães para conseguir matricular seus filhos em creches municipais de Japeri, veiculada quando se completaram 10 dias de espera.