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VIOLÊNCIA: ATAQUE A ESCOLA EM SÃO PAULO DEIXA DUAS PROFESSORAS FERIDAS

O Sepe se solidariza com os profissionais de educação e demais membros da comunidade escolar da Escola Estadual Júlio Mastrodomênico, do município de Ipaussu (SP), que foram vítimas de mais um inaceitável episódio de violência na noite do dia 14 de dezembro. Neste dia, um jovem de 22 anos armado com duas facas e uma réplica de arma de fogo invadiu a escola, feriu duas professoras e fez um professor de refém. O jovem chegou a ser barrado por um segurança ao tentar entrar na escola, mas depois pulou um muro e atacou os professores que se encontravam reunidos no local.

 

Segundo o delegado responsável pela apuração do caso, o agressor alegou que sua intenção era a de se vingar da diretora da EE Júlio Mastrodomênico. Ele contou que teve problemas com ela em outra escola da rede, em 2012. Ao ver que a profissional não se encontrava, o invasor resolveu atacar os outros profissionais ali reunidos. Um deles, o professor Danilo Apolinário, conseguiu desarmar o agressor, mas foi feito refém durante a luta que se seguiu e ficou sob a mira de uma cópia de arma de fogo até ser resgatado por policiais militares.

 

Segundo a Secretaria de Segurança de São Paulo, duas professoras, Beatriz Belo de Miranda e Luciene Rose de Lemos foram feridas. Beatriz levou facadas nas costas e se encontra internada em estado grave num hospital da região. Luciene também foi ferida à faca e recebeu atendimento na mesma unidade de saúde. O professor Danilo, que foi feito refém não sofreu ferimentos. O agressor não teve o nome revelado pelas autoridades.

 

Não podemos aceitar que fatos como este ou o do ataque às escolas na cidade de Aracruz, no Espírito Santo, no final de novembro, se tornem banais ou corriqueiros. Eles representam um quadro que envolve a falta de políticas públicas dentro do setor educacional público voltadas para oferecer atendimento psicossocial que possa mediar os conflitos e, ao menos, mitigar o aumento das situações de violência. No Rio de Janeiro, em 2011, tivemos o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, que deixou 12 crianças mortas. Em 2017, um ataque provocou o incêndio no Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, em Janaúba (MG), deixando cinco crianças e uma professora mortas. Em 2019, em São Paulo tivemos o ataque na EE Raul Brandão, que provocou a morte de 8 pessoas e dos dois atiradores, além do parente de um deles, morto fora do espaço escolar.

 

Precisamos falar sobre isso. Não podemos considerar tais ocorrências como exceções ou episódios esporádicos e fora de um contexto mais amplo. Ainda mais depois de passados quatro anos de um governo que atravessou seu mandato comandando um projeto político que incentiva a violência e o aumento da oferta de armas para a população. Escola é lugar de acolhimento, é lugar de ensinamentos para a vida e, não, palco para este tipo de tragédia que, infelizmente, são tão comuns em outros países e começam a entrar para a rotina das nossas páginas policiais no Brasil.

 

Veja pelo link abaixo, nossa live do dia 14/12 sobre violência nas escolas:
https://bit.ly/TVSepeviolencia

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