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Denúncia contra a perseguição política sobre o professor Sérgio Perdigão de Niterói

Esta nota vem tornar pública a denúncia de mais um caso de perseguição política nas escolas estaduais. Trata-se de uma sindicância promovida de forma caluniosa e sem provas contra o professor Sérgio Perdigão a partir de sua unidade escolar, o Colégio Estadual Conselheiro Macedo Soares, em Niterói.

A direção do colégio alega que está sendo atacada pelo professor Sérgio e outros dois servidores. Que o professor estaria publicamente apoiando as atitudes desses dois servidores em seus ataques contra esta direção. Como militante e representante do Sepe-RJ no colégio, a relação do professor Sérgio com esses servidores sempre foi o debate político das ações do governo sobre a categoria e as formas de luta desta, a mesma relação que se dá com diversos outros servidores da escola, e não as diferenças pessoais internas da unidade. Estes dois servidores foram acusados de provocar um clima ruim no colégio em atas de depoimentos de alunos e de uma reunião do Conselho Escolar sobre os dois e suas atitudes.

Sérgio acompanhou como representante sindical o pedido destes servidores de ter acesso a essas atas e das acusações sobre eles. O alegado apoio aos tais ataques dos dois servidores em questão jamais aconteceu. São calúnias feitas não somente ao professor Sérgio individualmente, mas um ataque ao próprio sindicato.

Diante das acusações a servidora acusada fez uma denúncia na polícia contra o que ela entendeu como calúnias contra ela. Nesta denúncia a servidora colocou o professor Sérgio como testemunha, sem informá-lo previamente, e este foi intimado a comparecer na delegacia para depor. Tal denúncia não partiu dele, nem ele tem acordo com o uso da polícia como mediador de um conflito interno da escola. Polícia é uma estrutura de repressão do Estado contra os trabalhadores.

Todo esse conflito poderia ser evitado com uma simples reunião geral convocada pela direção para esclarecer todos estes questionamentos. Tal iniciativa acabaria com o espaço para dúvidas e para calúnias, como as feitas contra o professor Sérgio.

Uma categoria que luta e enfrenta os governos

O Sepe acumula hoje dezenas de denúncias de autoritarismo dentro das escolas e defesas de educadores acusados de forma sumária e caluniosa, na maioria das vezes, como o caso da professora Daniele de Magé. É a reação do governo estadual e de vários municípios a uma das categorias que mais luta, o que se demonstrou pelas mobilizações do “Ele Não”, a “Tsunami da Educação”, a “Greve Pela Vida” e a forte greve de 2023 na rede estadual do Rio de Janeiro que tinha como eixo de reivindicação o pagamento do piso nacional, lei que o governador ignora. O governo Castro ostenta a marca de pior salário do Brasil.

Claudio Castro, o verdadeiro inimigo da escola pública e democrática

Para nós, o inimigo da educação pública e da classe trabalhadora são os governos que impõem sobre as comunidades escolares condições de trabalho e estudo cada vez mais precárias, e não os trabalhadores da própria escola, estejam eles em que função estiverem. Todos nós da escola sofremos com a precariedade e falta de investimentos dos governos. Os atritos e polêmicas em um ambiente escolar são normais, em especial numa realidade como essa, e devem ser resolvidos com diálogo.

Este ataque à democracia nas escolas é uma política consciente dos governos, em especial o de Claudio Castro, que hoje boicota a eleição de diretores ao não regulamentar o processo. Quando o governo de Claudio Castro anuncia a possibilidade de atraso de salários e o uso de verbas específicas da educação para “outros fins” indica mais uma vez que os interesses de banqueiros estão acima das necessidades dos servidores e da população mais pobre, que irá garantir os compromissos do Regime de Recuperação Fiscal e do Arcabouço Fiscal em detrimento da saúde e educação públicas, de qualidade e gratuitas para os trabalhadores. Para estes enfrentamentos é necessário entre nós trabalhadores o diálogo franco e, com isso, unidade para lutar. Calúnias, cerceamento de diálogo e do direito de defesa formam o modo de operar da burguesia e seus governos. O governo Castro nas escolas, como nas favelas, só tem a oferecer repressão e uma realidade cada vez mais precária. Escola é lugar de conflito, crítica e diálogo, não de obediência cega. Liberdade sem voz não é liberdade, é medo.

Por fim, entendemos que o ataque ao professor Sergio Perdigão, representante do Sepe, é um ataque ao próprio sindicato, que tomará todas as devidas medidas para defender o profissional em questão.

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