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O Sepe vem a público repudiar a presença de militares em cargos da Corregedoria da SEEDUC. Tal presença sinaliza um ataque à democracia nas escolas, fortalecendo as redes de ódio, no intuito de perseguir educadores politicamente. Os agentes da Corregedoria da Secretaria de Educação têm realizado incursões em escolas da rede. Em muitas situações, tais servidores parecem desconhecer a rotina das unidades de ensino, entrando em salas no decorrer das aulas e inquirindo estudantes na ausência de seus responsáveis legais, por exemplo.

 

Fato é que servidores estranhos à área da educação não possuem a formação, a experiência e o treinamento necessários para entender os desafios e as nuances do ambiente educacional. Assim sendo, se correições e sindicâncias são procedimentos que visam aperfeiçoar a administração e investigar possíveis irregularidades, não seria mais benéfico que as equipes que realizam estes trabalhos fossem compostas por profissionais afeitos à educação e não por profissionais da área de segurança pública?

 

Na realidade, da forma que vêm sendo feitos, tais procedimentos têm gerado, em alguns casos, a criminalização sumária de professores frente às suas comunidades escolares, frente aos seus alunos e seus pares, sem que para isso se tenham provas ou depoimentos plausíveis. Em algumas sindicâncias que temos acompanhado, faltam materialidade e justificativas legais, enquanto sobram juízos de valor. Profissionais de educação estão sendo difamados e perseguidos a partir de ferramentas que, pelo contrário, deveriam estar sendo utilizadas para garantir o bom funcionamento da formação dos alunos.

 

Enquanto categoria, exigimos que a Secretaria de Educação, ocupada por Roberta Barreto, reveja a forma como as equipes de sindicantes e corregedores estão sendo formadas e como os trabalhos estão sendo realizados. Acreditamos que tal medida é importante para a garantia da democratização das escolas e para barrar a ampliação das redes de ódio que vem sendo alimentadas contra os educadores, inclusive com essa militarização de funções que deveriam ser exercidas por quem entende sobre Educação.

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O Sepe RJ vem a público expressar o seu veemente repúdio contra o deputado Alan Lopes (PL), presidente da Comissão de Educação da Alerj face aos ataques desferidos pelo parlamentar contra a professora Daniela Abreu, que trabalha no Colégio Estadual Professor Alfredo Balthazar da Silveira, em Magé.

 

Há três dias, Lopes veiculou nas redes sociais um vídeo na porta da unidade escolar sob o pretexto de averiguação de denúncias de “doutrinação e coação ideológica”, dentro de sala de aula contra a profissional. Ele também aproveitou para veicular vídeos antigos de um episódio envolvendo a professora, que foi injustamente acusada de fazer campanha dentro do espaço escolar no ano passado e chegou a ser interpelada por PMs e fiscais do TRE que invadiram o local.

 

Como se não bastasse o autoritarismo do TRE, que invadiu o espaço escolar sem mandado judicial para interpelar a professora em seu ambiente de trabalho, os agentes envolvidos ainda fizeram filmagens posteriormente veiculadas na internet e que foram reutilizadas agora pelo deputado Alan Lopes.

 

Por conta da inconsistência de tais acusações e do pronto apoio dos profissionais da escola e do Sepe, a ocorrência envolvendo o TRE, ano passado, não foi adiante. Mas, agora, o novo presidente da Comissão de Educação da Alerj, conhecido bolsonarista e apoiador do projeto Escola sem Partido, despreza a democracia e a liberdade de cátedra para atacar a professora Daniela Abreu, fazendo uso de posts antigos das redes sociais e anunciando que enviou representação contra a profissional para a SEEDUC.

 

O Sepe lamenta que num momento em que a democracia em nosso país vive ameaçada por ativistas de extrema direita e no qual as escolas passam por uma crise sem precedentes com problemas na infraestrutura, ameaça de violência e professores com vencimentos irrisórios, o presidente da Comissão de Educação da Alerj vá para as redes insuflar o ódio e o preconceito contra uma profissional de educação com anos de magistério e de reconhecida competência por sua postura em classe e conduta ilibada.

 

Repudiamos tal atitude do deputado Alan Lopes (PL) como lamentamos que todo esse esforço em perseguir a professora Daniela não seja utilizado para arrancar do governo estadual o piso nacional do magistério e melhores condições de segurança e de trabalho dentro das escolas.

 

Informamos, também, que o Jurídico do Sepe já foi acionado e analisa medidas em defesa da educadora.

 

Sepe-RJ

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