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IDEB 2023: Estado do Rio volta à penúltima posição

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quarta-feira (14) o IDEB 2023 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que é calculado a cada dois anos a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

A notícia para o Rio de Janeiro não é boa, pois com nota 3,3, o Estado voltou para a penúltima colocação entre as 27 redes estaduais de todo o País, mesma posição que ocupou em 2011. O Rio só ganha do Rio Grande do Norte, um dos estados mais pobres da federação. A maior nota que o Rio conseguiu no IDEB foi em 2021, quando a avaliação foi bastante prejudicada por conta da pandemia.

Além disso, o Rio foi o estado com o maior recuo do índice quando comparado aos resultados de 2021. O Rio de Janeiro retrocedeu de 3,9 a 3,3. O retrocesso foi tamanho, que o desempenho em Língua Portuguesa e Matemática do estado retomou a mesma realidade aferida no ano de 2009, quando a nota padronizada foi de 4,11.

Comparado aos outros estados da Região Sudeste, o desempenho do Rio destoa consideravelmente. Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, com IDEBs para o Ensino Médio igual ou superior a 4 pontos em 2023, apresentam indicadores melhores inclusive em outras realidades educacionais. O percentual de estudantes em distorção idade-série para o Ensino Médio no estado do Rio ultrapassa os 30%, enquanto nos estados vizinhos chega, no máximo, a 21%. Isso demonstra que as condições precárias da educação estadual fluminense levam a sucessivos casos de reprovação e abandono.

A questão do “esforço docente” também chama a atenção: cerca de 25% dos docentes fluminenses estão nos níveis mais elevados de esforço para o exercício da profissão. Enquanto nos estados vizinhos este percentual fica abaixo dos 20%. Os baixos salários recebidos pelos docentes os condicionam ao aumento de suas cargas horárias, impactando diretamente na qualidade de suas aulas, consequentemente, resultando em baixa aprendizagem dos estudantes.

A posição do Sepe é crítica, em relação à maioria dos índices de desempenho, muitas vezes usados para implementar políticas de gratificações, em detrimento ao plano de cargos, carreira e salários. Mas sem dúvida que esse crônico fracasso no IDEB se deve ao governo pagar o pior piso salarial do Brasil e à falta de estrutura, com a enorme carência de profissionais nas escolas.

PARTICIPE DA MANIFESTAÇÃO DO DIA 29/08!

O Sepe está convocando uma greve de 24 horas da rede estadual dia 29 de agosto, com ato público em frente à Seeduc, às 14h, em defesa do pagamento do piso nacional para os professores e funcionários de escolas e pela recomposição das perdas salariais – estudo do Dieese comprova o violento arrocho que os profissionais da educação das escolas estaduais vêm sofrendo: o reajuste necessário em 1º de junho para cobrir as perdas seria de 46,18% (INPC-IBGE).

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