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INFORMES À CATEGORIA SOBRE O INÍCIO DAS AULAS REMOTAS E A UTILIZAÇÃO DE PLATAFORMAS EXIGIDAS PELA SEEDUC E SME RJ

Rede Estadual RJ:

Após a orientação geral dada pela Secretaria Estadual de Educação RJ (SEEDUC) na sexta-feira (26/02), a partir dessa segunda-feira (01/03) foram retomadas as atividades remotas através de metodologias concentradas no aplicativo "Applique-se". O SEPE compreende que o uso deste aplicativo não é obrigatório e também vê algumas questões preocupantes – vamos a elas:

Foi recentemente revelado que empresa IP.TV que desenvolve o “Applique-se” tem relações de serviços com políticos que sustentam o Governo Federal e que, em outros softwares do mesmo gênero, faria propaganda política do governo, além de outras questões graves denunciadas pelo site jornalístico “Intercept Brasil” (ver o fim da matéria). Assim, o Sepe fará uma notificação extrajudicial, questionando as possíveis implicações negativas destas relações.

O Sepe entende que as atividades remotas devem ocorrer pelos mais diversos meios, indo além do Applique-se, permitindo, assim, que educadores(as) e alunos(as) possam ter as melhores e mais plurais condições de inclusão pedagógica, conforme suas possibilidades. Isto garante a autonomia de ensino e facilita o vínculo com os estudantes.

Cobramos que a SEEDUC garanta as condições técnicas de inclusão digital (conectividade, equipamentos etc), de forma gratuita, que amparem apostilas e as diversas ferramentas pedagógicas online que alunos(as) e educadores(as) queiram desenvolver e acessar, além do Applique-se. Desta forma, seriam construídos diversos caminhos para se atingir os estudantes que vão para seu segundo ano sem aulas presenciais.

O Sepe já recebe denúncias de professores sobre possíveis ações de clonagem de contas de celulares, fatos que estão sendo averiguados. A categoria também vem repassando para o sindicato materiais com sérios problemas em seus conteúdos, além de situações inusitadas como latidos de cães.

Essa é a qualidade a ser oferecida aos nossos estudantes?


Rede Municipal RJ:

A diretoria do Sepe teve audiência on-line com a SME dia 25/02, com a presença do secretário Renan Ferreirinha. Entre os vários assuntos discutidos, foi tratada a questão das “Atividades Remotas”. Nela, o sindicato apresentou questionamentos quanto ao uso pela SME RJ da Plataforma IP.TV, da mesma forma que está acontecendo na rede estadual.

Assim, questionou-se a ligação entre esta plataforma e as redes bolsonaristas; a possibilidade de acesso aos dados de professores e estudantes por essa empresa; o custo desse convênio aos cofres públicos; os documentos relativos à sua contratação e o porquê de sua escolha.

Na reunião, a SME RJ respondeu que a empresa não recebe dados dos alunos e professores e também questionou a capacidade das universidades públicas de realizarem esse trabalho. Afirmou que esse convênio tem duração de quatro meses e que haverá licitação; que a empresa foi escolhida pelo trabalho realizado em vários estados e municípios. A SME RJ também afirmou que vai apurar as denúncias feitas pela matéria do site “Intercept” e levadas pela diretoria do Sepe.

Em resumo, a respeito do ensino remoto nas redes estadual e municipal RJ, o Sepe reafirma a importância de parcerias das Secretarias de Educação com instituições que possuem plataformas públicas. Nesse ambiente de fake news, golpes e controle cada vez maior de dados privados da população, é muito preocupante que as redes públicas utilizem uma plataforma remota de ensino desconhecida, que sequer passou pelo crivo de um processo de licitação e que sobre ela pairam denúncias muito graves.

O que impede o governo estadual e a prefeitura adotarem os serviços de plataformas públicas?

Pela autonomia pedagógica – não permitiremos que o ensino remoto se consolide como uma estratégia de aprisionamento da atividade educacional, transformando professores em tutores e reprodutores, e os estudantes em receptores.

DIRETORIA DO SEPE
 

Leia a matéria do site 'Intercept' com as denúncias narradas acima, e com o título: 'Escola com partido'