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Moção de apoio e solidariedade à professora Daniela Abreu lida no XVI Congresso

Veja abaixo, a moção de apoio e solidariedade à professora da rede estadual, Daniela Abreu, que está sendo vítima de ataques e ameaças e de perseguição política: 

Moção de apoio e solidariedade à professora Daniela Abreu

Daniela é uma lutadora na defesa da educação pública, gratuita, democrática, autônoma, emancipadora e socialmente referendada desde a década de 1990. Há 17 anos é professora de artes na Rede Estadual e uma referência na aplicação da lei 10.639 nas escolas. Coordena desde 2006 a Semana da Consciência Negra em sua escola. Foi diretora do Sepe Magé/Guapimirim e hoje vive uma grave perseguição política com características fascistas, oriunda de uma rede de ódio na cidade de Magé.

No dia 23 de setembro, teve sua sala de aula invadida por policiais e pelo TRE, no momento em que fechava notas de uma turma do 2º ano do ensino médio. Chegaram de forma intimidatória, a constrangeram, revistaram a mochila de dois alunos menores e mesmo depois dos alunos afirmarem que ela não estava fazendo nenhuma campanha, a conduziram para fora da escola e a obrigaram abrir sua bolsa e entregar seus documentos. Em minutos ela estava em todas as redes da cidade, em vários vídeos cortados, editados e descontextualizados, fazendo menção de sua prisão, que não ocorrera.

Uma vez que toda a armação fora afirmada pela comunidade escolar e processos sem materialidade foram arquivados, a escola foi surpreendida com a visita do deputado estadual Alan Lopes. No dia 10 de abril, semana em que todas as escolas de todo o país viviam uma série de ameaças de violência, ele grava um vídeo na porta da escola, expõe a professora, requenta os vídeos editados, e faz novas acusações sobre doutrinação ideológica na escola, focando principalmente nas atividades dos 21 dias de combate ao racismo. Coloca a professora alvo de possíveis violências e dentro de um bombardeio de milhares de discursos de ódio, que inclusive sugerem sua morte, assim como atacando também a memória da vereadora assassinada há cinco anos, Marielle Franco.

Depois de toda a arbitrariedade e a violência política sofrida, ela é colocada em sindicância pela Secretaria Estadual de Educação. Esperamos que a sindicância seja rapidamente arquivada e que toda a injustiça e violência seja reparada.

Deixando claro que doutrinação ideológica não existe – este conceito foi definido pelo STF como inconstitucional.

Todo apoio à professora, à liberdade de cátedra e a democracia nas escolas.

Somos todos Daniela!

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