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Nota de solidariedade ao deputado Glauber Braga
10 de abril de 2025

Deputado Glauber Braga (direita da foto) continua na comissão do conselho de ética em greve de fome, em protesto contra o processo de cassação de seu mandato (foto: Lula Marques/Agência Brasil)
O Sepe expressa solidariedade ao deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ), que está sofrendo um processo de cassação do seu mandato por uma suposta acusação de quebra de decoro, a partir de uma denúncia movida pelo Partido Novo.
No dia 10 de abril, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou o pedido de perda de mandato do parlamentar e o processo agora seguirá para o plenário, que irá avaliar a sua cassação ou não. Após o resultado da votação no Conselho de Ética, favorável à punição, o deputado anunciou que entraria em greve de fome até o resultado final do processo.
Agora, cabe ao presidente da Câmara de Deputados, Hugo Motta (Republicanos) pautar a matéria para votação no plenário.
O Sepe repudia a forma como o processo contra o deputado foi movido pela Comissão de Ética, de forma parcial e a partir de uma acusação injusta: a de ter agredido e expulsado um notório provocador e militante da extrema direita, durante confusão na Câmara. Não foi a primeira vez que o provocador agiu contra o deputado, com repetidos ataques nas redes sociais ou em eventos presenciais no Rio de Janeiro.
Glauber, por sua atuação na defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia, nunca contou com o apoio institucional da Mesa Diretora da Câmara, a qual sempre ignorou as provocações diárias sofridas por ele, inclusive dentro do plenário do Congresso Nacional.
No entender do sindicato, a cassação a um parlamentar que sempre marcou sua atuação pela defesa intransigente contra os ataques dos extremistas da direita e as tentativas de ruptura das instituições democráticas será um grande retrocesso.
Outro ponto que temos que levar em conta é o alerta contra o precedente grave que se descortinará com a cassação de Glauber Braga: a de que qualquer parlamentar que pautar sua atuação contra o arbítrio e o pensamento hegemônico de direita que, hoje, domina a Câmara de Deputados, será punido com processos persecutórios e ameaças de perda do mandato. Prática esta que se espelha nos regimes totalitários que lutadores como Glauber e tantos outros perseguidos, com sua atuação firme em defesa da democracia e dos direitos humanos, ajudaram a jogar no lixo da História.