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Nota do Sepe sobre desvio de merenda e prisão de funcionários terceirizados em escola municipal do Rio de Janeiro

Na segunda-feira (27) fomos surpreendidos pelo noticiário com a prisão de três funcionárias terceirizadas de uma escola municipal do Rio de Janeiro. Elas teriam sido flagradas no dia 24 de outubro, subtraindo alimentos e material de limpeza da despensa da unidade. Segundo a SME-RJ os produtos eram desviados por meio de sacos de lixo para simular o descarte do material, como se fosse lixo. Além das três, um vigia de um condomínio vizinho à escola também participaria do esquema e foi preso.

O triste episódio foi destaque na imprensa e em um vídeo das redes sociais do secretário Renan Ferreirinha, que acompanhou a ação policial, aproveitando-se do fato para criar material midiático para veiculação nas suas redes e, em nenhum momento fazendo o que deveria ter sido feito, ou seja, proteger a escola pública. Ao invés de assumir o protagonismo neste tipo de ação, Ferreirinha deveria mostrar que o ocorrido é um fato isolado. Também deveria assumir a responsabilidade da Secretaria, que não realiza concursos públicos e opta pela terceirização acelerada dos funcionários da nossa rede por meio de empresas que não têm qualquer condição de assumir função tão importante no contexto escolar.

O Sepe lamenta profundamente o ocorrido e condena veementemente o furto de merenda ou de qualquer outro insumo ou produto na escola, que são a garantia da alimentação dos alunos e da manutenção e limpeza do ambiente escolar.

Tememos que este caso isolado venha a atingir a imagem de educadoras como cozinheiras, auxiliares de Serviços Gerais, vigilantes e o corpo de direção de escolas e creches municipais. Em um momento em que os educadores são vítimas de violência e agressões, é necessário que a SME-RJ tenha prudência e seja a primeira a destacar a honestidade, o compromisso e a dedicação dos profissionais de educação das escolas e creches do Rio de Janeiro.

Ao mesmo tempo em que consideramos necessária a fiscalização da gestão, para coibir e evitar que casos como este se repitam, alertamos para os perigos representados por vídeos como o veiculado no dia 27 de outubro pelo secretário, que podem servir para que nós educadores, que já lidamos com tanto descaso e desvalorização, ainda sejamos alvo de desconfiança e violência por parte de responsáveis por alunos.

Também reivindicamos a reversão da política de terceirização sob a qual trabalhadores terceirizados são submetidos a desmandos e baixíssimos salários. Os profissionais da educação também requerem antes de tudo a devida valorização salarial. Isso também é um escândalo cotidiano da educação pública municipal a 18 meses sem qualquer reajuste salarial.

Por último, cobramos da secretaria empenho para que de fato seja garantida uma alimentação de qualidade nas escolas e creches da rede, que certamente não acontece somente por desvios, mas por falta de investimento público.

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