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Nota: Reitoria da UFRRJ denuncia a política de extermínio do Estado

Veja abaixo, uma nota da reitoria da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) repudiando a política de violência do governo do estado contra as populações carentes no Rio de Janeiro. A morte da menina Ágatha Vitória Félix, de 8 anos, baleada no Complexo do Alemão, é só mais um dos episódios de mortes em favelas e periferias da cidade durante confrontos em operações policiais mal planejadas e que evidenciam a verdadeira política de extermínio que vige em nosso estado. 

Nota da reitoria de UFRRJ:

A morte é sempre algo a se lamentar. Quando ela se insere em políticas públicas, como virtude, torna-se expressão de uma índole fascista do Estado. Quando a morte torna-se uma virtude, um momento a ser homenageado, significa que estamos diante da barbárie institucionalizada. Recentes ações que culminaram com o assassinato de uma menina de oito anos, Agatha Félix, desnudam a falta de respeito aos direitos humanos fundamentais por parte do Estado.
 
Nos primeiros oito meses deste ano, foram registradas 1.249 mortes ocasionadas pela polícia estadual do Rio de Janeiro. Não é possível festejar estes números. Não será ceifando vidas que atingiremos um nível de desenvolvimento humano tão urgente. Não há saída possível sem justiça social e a vida plena de oportunidades que priorizem cidadania, cultura, educação, emprego e esperança para populações excluídas.
 
Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, promovemos a cultura da tolerância, fraterna e solidária. Somos uma universidade com dois câmpus na Baixada Fluminense,  região marcada por violências inomináveis. Temos a experiência da dor. E é nesta condição que anunciamos de maneira radical nossa repulsa a práticas brutais como solução de dramas seculares que levam milhões à exclusão e à miséria.
 
Seropédica, 22/9/2019
 
Reitoria da UFRRJ