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Paes anuncia gratificação para direções das escolas municipais do Rio enquanto mantém arrocho e retira direitos do restante da categoria
23 de janeiro de 2025
O prefeito Eduardo Paes foi às redes sociais, ontem (22), e anunciou uma gratificação para as equipes de direção e coordenação pedagógica das escolas a título de uma suposta “produtividade na gestão diária das unidades”. Acompanhado do secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, Paes anunciou a criação do “bônus” para aquelas equipes que cumprirem o fluxo de trabalho nas escolas de acordo com o estipulado pela SME (lançamento de frequência, notas, controle administrativo etc.).
O Sepe estranha tal anúncio, agora no fim do recesso escolar e com uma grande mobilização da categoria contra o seu pacote de maldades aprovado no final do ano passado. Ao criar tal gratificação o prefeito deixa de lado todo o conjunto de profissionais que trabalha duro para manter as unidades em funcionamento sob péssimas condições de infraestrutura e de trabalho e sem valorização alguma da parte do seu governo.
Para o sindicato, o anúncio deste bônus (de R$ 1 mil a 1.200 para os diretores e de R$ 500 a 700 reais para diretores adjuntos e coordenação pedagógica), além de criar condições para manter estas equipes sob o controle da SME e da prefeitura, também provoca a divisão entre a categoria. Paes e Ferreirinha acabaram gerando mais revolta, criando um grupo privilegiado com este tipo de gratificação e mantendo o grosso dos profissionais sofrendo com perdas salariais que ultrapassam os 20% nos últimos anos e com o congelamento do Vale Alimentação, que mesmo com o aumento aprovado na proposta orçamentária para 2025, permanece no valor de R$ 12,00.
Mais uma vez, Eduardo Paes e Renan Ferreirinha promovem uma política de garantir a governabilidade da rede com a divisão da categoria, gratificando direções e mantendo o conjunto dos profissionais sob arrocho salarial e péssimas condições de trabalho, além de atacar e retirar os seus direitos. Para o Sepe o “bônus” pode aumentar o assédio em cima das equipes gestoras, que hoje já reclamam de ter que acordar na madruga para ler emails da SME, o que pode resultar no aparecimento de mais doenças provocadas pelo aumento do estresse.
O Sepe também lembra que milhares de profissionais que fizeram a greve nos meses de novembro e dezembro de 2024 tiveram cortes nos seus salários de dezembro e mais cortes são esperados agora nos salários de janeiro. Mais uma prova da falta de disposição democrática do governo municipal.