destaque-home, Todas

Sepe se solidariza com familiares e colegas de trabalho de professora que morreu em escola da rede estadual do Paraná

Professora Silvaneide Monteiro Andrade, da rede estadual do Paraná. foto: reprodução/facebook

O Sepe RJ se solidariza com os colegas, demais integrantes da comunidade escolar e a família da professora de Língua Portuguesa Silvaneide Monteiro Andrade, 56 anos, da rede estadual do Paraná, que faleceu após sofrer um infarto durante seu expediente de trabalho no Colégio Estadual Jayme Canet, no dia 30 de maio, em Curitiba.  Segundo o APP-Sindicato, entidade representativa dos profissionais de educação no Paraná, o lamentável incidente ocorreu quando a profissional, que se encontrava em sala de aula, foi convocada à sala da equipe pedagógica da unidade e teria sofrido cobranças durante uma reunião com as pedagogas e membros do Núcleo Regional de Educação. Durante a reunião, a profissional começou a passar mal e sofreu um infarto. O socorro médico foi chamado, mas Silvaneide não resistiu e morreu no local.

Segundo a APP-Sindicato, uma das causas contribuintes para o falecimento da professora durante o expediente é o ambiente de pressão e vigilância diários a que se encontram submetidos os profissionais da rede estadual paranaense. De acordo com a entidade, a falta de entendimento do governo estadual sobre o acúmulo das exigências e de assédios aos quais a categoria se encontra submetida acaba criando um ambiente propício para a ocorrência de tragédias como esta.

Ao longo dos últimos anos, implantação das plataformas educacionais e exigências sem fim de cumprimento das metas estabelecidas pelo modelo privatista implantado  pelo governador Ratinho Júnior (PSD), que retiram a autonomia pedagógica dos profissionais em sala de aula, acabam fazendo com que a escola deixe de ser um lugar acolhedor e saudável para os estudantes e profissionais. Tais pressões acabam trazendo o adoecimento da categoria e, no caso da professora Silvaneide, uma morte precoce.

Por causa do trágico falecimento da profissional na última sexta-feira (30), a APP-Sindicato convocou a categoria a promover a partir desta segunda-feira (02) uma semana de boicote ao lançamento de notas nas plataformas da Secretaria de Estado de Educação como forma de protesto contra as condições de trabalho e a imposição de metas absurdas,

Hoje (02), também estão sendo realizados atos em todas as escolas em memória da professora, vítima de um modelo de educação injusto e desumano capaz de adoecer a categoria e, mesmo, causar a morte de profissionais.

No estado do Rio de Janeiro, tal panorama de pressões e instituição de metas e programas que interferem na autonomia dos professores em sala de aula e trazem sobrecarga e pressões, gerando o adoecimento dos profissionais de educação e deterioram o ambiente de trabalho nas escolas, não é nenhuma novidade. Basta citar como exemplo a aprovação de leis, como a 10.363/2024, que facilitam as contratações temporárias e criam distorções salariais dentro das escolas e ameaçam o sistema de previdência pública dos servidores. Outro exemplo da pressão a que a categoria se encontra submetida é a contratação, sem licitação, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para implementar um modelo empresarial e privatista nas escolas da rede estadual do Rio de Janeiro. Com medidas como essas, o governo estadual quer desviar o foco dos verdadeiros problemas enfrentados pelos professores e funcionários no cotidiano escolar, como a falta de climatização, aumento da violência no entorno das unidades, falta de valorização profissional, entre tantos outros que pressionam e ajudam no adoecimento precoce da categoria.

LEIA MAIS: