Veja abaixo a nota de solidariedade aprovada pela assembleia geral dos profissionais de educação da rede estadual do Rio de Janeiro à população do Rio Grande do Sul vítima da catástrofe climática.
Moção de solidariedade da Rede Estadual do Rio de Janeiro:
Nos últimos dias, o país assiste estarrecido à tragédia climática que atinge o estado mais ao sul do país. Em decorrência do aquecimento global e da negligência dos governos, o Rio Grande do Sul passa pela maior catástrofe de sua história, com mais de 120 mortes confirmadas, mais de 140 pessoas desaparecidas, cerca de 100 mil casas destruídas, 400 mil pessoas fora de casa e outros tantos milhares desabrigados, sem acesso à luz e água. Os profissionais de educação do estado do Rio de Janeiro se solidarizam com o povo trabalhador do RS, vítima dessa tragédia anunciada.
Além de nos solidarizar, denunciamos a responsabilidade dos governos e dos capitalistas, em especial do agronegócio. O negacionismo do governo Eduardo Leite (PSDB) piorou muito a situação. O governador destinou apenas R$ 117 milhões para o combate a desastres naturais, 0,2% do orçamento estadual. Enquanto isso, Leite pagou mais de R$2 bilhões da dívida do RS com a união, dinheiro que, em sua maioria, vai parar nos cofres dos grandes capitalistas. Em 2019, o governador tucano, com apoio da sua bancada na ALRS, encabeçou a mudança de quase 500 pontos do Código Ambiental do RS. Pontos que impediam o avanço do desmatamento em diversas regiões foram retirados da legislação.
Nacionalmente, o governo Lula/Alckmin previu para 2024 um orçamento de R$1,19 bilhão para a Gestão de Riscos e Desastres, menos de 0,03% do orçamento federal. Para efeitos de comparação, o governo liberou, só em abril de 2024, mais de R$13 bilhões em emendas parlamentares. Além disso, ano passado destinou mais de 1,89 trilhão (43,23% do orçamento) ao pagamento da dívida pública aos banqueiros. Para o Plano Safra, em que o governo custeia o agronegócio, teve R$435,8 bilhões. É bom lembrarmos que o agronegócio foi, em 2022, responsável por 75% da emissão de CO² (Gás Carbônico) do Brasil. A partir do Arcabouço Fiscal, o governo vem estrangulando o orçamento dos serviços públicos. Isso atinge os órgãos federais que trabalham na fiscalização ambiental. Não à toa, os servidores do IBAMA estão há quatro meses em greve. Sem orçamento suficiente para fiscalização e com poucos funcionários, o desmonte do órgão contribui diretamente para a catástrofe climática.
Nesse sentido, além de nos somar à campanha de solidariedade já organizada por sindicatos e outras entidades da classe trabalhadora, exigimos também dos governos medidas emergenciais para enfrentar a catástrofe e a crise climática capitalista.
O SEPE-RJ vem a público expressar a sua solidariedade às vítimas das enchentes que castigam o Rio Grande do Sul e Santa Catarina desde a semana passada. Desde o ano passado, os estados do sul do Brasil têm sofrido com as chuvas acima da média e fenômenos como tempestades e tornados potencializadas pela ocorrência do El Nino, que aquece as águas do Oceano Pacífico desde o início de 2023.
Segundo um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU encarregado de estudar as mudanças no clima mundial causadas pelo acúmulo de emissões contínuas de gases do efeito estufa desde o início da era industrial, o impacto adverso da humanidade sobre o clima é um fato concreto e muito próximo de se tornar irreversível. Diariamente, a mídia noticia a ocorrência de catástrofes climáticas como chuvas, tempestades e secas que ultrapassam os padrões esperados em todos os cantos do planeta. A tragédia vivida pelos habitantes do Rio Grande do Sul é mais uma prova dessas mudanças no clima e no perigo que elas representam para a sobrevivência das populações em nível global.
Para o Sepe, é muito importante que os governos das mais diferentes esferas abram um debate com o movimento civil e com a sociedade em geral a respeito de medidas que possam frear o aquecimento e prevenir para que catástrofes como a que está acontecendo no Rio Grande do Sul não voltem a ocorrer ou que, pelo menos, tenham seus efeitos minorados em termos de vítimas e prejuízos para a sociedade.
Para contragosto dos que negam a ciência e os alertas sobre o aquecimento global, os dados e as ocorrências mostram que as mudanças climáticas causadas pela emissão de gases do efeito estufa e da destruição do meio ambiente vieram para ficar, exigindo novas políticas de prevenção e um debate global sério e responsável a respeito do assunto. Não podemos mais cobrir o sol com a peneira, negando que a preservação ambiental é fundamental para a vida na Terra.
Outro ponto a ser destacado é a necessidade da solidariedade de todos nós para com a população riograndense, que enfrenta uma situação crítica, com mortes, milhares de feridos e desabrigados. Eles perderam suas casas e se encontram sem acesso ao mais básico para sobreviverem. O Sepe faz um chamamento a todos os profissionais de educação e à sociedade em geral para que participem como puderem com as campanhas em curso para recolhimento de doações em favor dos moradores das cidades gaúchas atingidos pelas enchentes dos rios e desmoronamento das encostas.
Diversas entidades do movimento civil, governos e órgãos públicos se encontram mobilizados recebendo doações e participando da onda de solidariedade em favor da população gaúcha. Veja abaixo uma lista de instituições e entidades dos movimento sociais que estão recolhendo doações e, caso seja possível, se integre a estas campanhas doando roupas, alimentos não perecíveis entre outras possibilidades.
COZINHAS SOLIDÁRIAS DO MTST A Cozinha Solidária da Azenha em Porto Alegre precisa da sua ajuda para aumentar sua capacidade de produção para atender mais pessoas neste momento de calamidade. Para produzir diariamente 2.400 marmitas (3x mais do que o habitual) a serem distribuídas à população atingida. Doe pelo site apoia.se/EnchentesRS ou pelo pix: enchentes@apoia.se
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM-TERRA (MST) Campanha de apoio às vítimas da calamidade no RS em vários municípios e apoio às mais de 500 famílias de assentamentos do MST atingidas pelas enchentes.
Doe pelo PIX: 09352141000148
Informações Bancárias: Banco: 350 Agência: 3001 Conta: 30253-8 CNPJ: 09.352.141/0001-48 Nome: Instituto Brasileiro de Solidariedade
CENTRAL ÚNICA DAS FAVELAS (CUFA) Central lidera uma mobilização solidária para auxiliar as vítimas da enchente, concentrando esforços na arrecadação de alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, remédios água, roupas, calçados e cobertores. Doe pelo pix: doacoes@cufa.org.br
CASA DE CULTURA E RESISTÊNCIA Coletivo que atua na Cidade Baixa, em Porto Alegre, realiza uma campanha de emergência para arrecadar alimentos e água potável para famílias atingidas da região. Doe pelo pix: casadeculturaeresistencia@gmail.com
CUT-RS O Cpers, sindicato da educação do Rio Grande do Sul, está participando de uma campanha financeira online com outros sindicatos e a Central Única dos Trabalhadores-RS. Banco: Cresol (133) Agência: 5607 Conta corrente: 18.735-6 CNPJ: 60.563.731/0014-91
CSP-Conlutas Doação via pix: financeiro@cspconlutas.org.br Depósito transferência: Banco do Brasil Agência 3530-3 Conta 26261-7 CNPJ: 07.887.926/0013-23 CSP-Conlutas Mais informações
COMO DOAR PRESENCIALMENTE
No Rio de Janeiro, é possível levar doações em alguns pontos de coleta, entregando alimentos não perecíveis, água mineral, produtos de higiene e limpeza e roupas em boas condições (verifique em cada local os itens que estão sendo aceitos)
CÂMARA MUNICIPAL DO RIO Local: Palácio Pedro Ernesto – Cinelândia Horário: das 9h às 19h Recebe: Alimentos não perecíveis, água mineral, produtos de higiene e limpeza.
CENTRAL ÚNICA DAS FAVELAS (CUFA) No Rio, é possível doar na sede da organização, que fica na Rua Francisco Batista, 1 (embaixo do Viaduto de Madureira); e na unidade do Complexo da Penha (Est. José Rucas, 1226, Penha).
ESCOLAS DE SAMBA As escolas Vila Isabel, Mocidade Independente de Padre Miguel, União da Ilha do Governador, Imperatriz Leopoldinense, Estação Primeira de Mangueira, Unidos do Viradouro estão recebendo doações em suas quadras.
CORREIOS Algumas agências no Estado do Rio de Janeiro estão recebendo doações dentro do horário de atendimento local. Mais informações pelo 0800 725 0100 (segunda à sexta, 8h às 20h; sábados, 8h às 14h).
Informamos à categoria que, devido ao alerta de tempestade, a sede do Sepe Central, na Rua Evaristo da Veiga, não abrirá nesta sexta-feira, dia 22 de março.
Dessa forma, nossos funcionários trabalharão de modo remoto. O contato com as Secretarias do sindicato pode ser feito através dos e-mails, devidamente divulgados aqui em nosso site: seperj.org.br, a saber:
Lembramos que as sedes de nossos núcleos nos municípios e das regionais do Sepe nos bairros da capital têm autonomia para decidir como funcionarão. Os contatos de nossas subsedes também estão aqui no site, na aba “Estrutura”.
A prefeitura do Rio de Janeiro vem alertando a população sobre a previsão de chuvas fortíssimas, a partir da noite desta quinta-feira (21), tendo seu ápice provavelmente nesta sexta-feira (22) e final de semana.
O próprio prefeito Eduardo Paes foi às suas redes sociais pedir que a população saia mais cedo do trabalho e vá para casa, evitando o deslocamento na noite desta sexta-feira (22).
Com isso, tendo em vista o grave alerta, pedimos para que a prefeitura e o governo do Estado suspendam as aulas na rede municipal nesta sexta-feira, evitando o deslocamento de centenas de milhares de alunos, profissionais, pais e responsáveis.
Apelamos, também, aos gestores das demais regiões do Estado para que também suspendam as aulas.
Profissionais das redes municipal de Angra dos Reis e da rede estadual, que trabalham na Escola Municipal Brigadeiro de Nóbrega (Ilha do Abraão/Ilha Grande), estão passando por problemas sempre que chove mais forte na região. A escola atende a rede municipal de dia e, à noite, a alunos da rede estadual e os professores que trabalham no local e que residem no continente, são obrigados a dormir num alojamento da unidade por causa da falta de barcas no período da noite.
Segundo o Sepe Angra dos Reis, o risco para os profissionais da unidade e alunos aumenta sempre que ocorrem chuvas mais fortes na região. Um morro ameaça desbarrancar atrás do colégio e os alagamentos e inundações são frequentes. Na última grande chuva da terça-feira (dia 7/2), os profissionais não conseguiram dormir, tentando retirar a água do alojamento e das outras partes da escola. Mesmo assim, tiveram que trabalhar no turno da manhã.
Existe um processo aberto junto ao Ministério Público, denunciando os riscos à segurança dos profissionais e alunos da escola, mas até o momento nem a Defesa Civil, a Secretaria de Educação de Angra dos Reis e a SEEDUC – que também já foi comunicada a respeito – não apresentam uma solução capaz de garantir a segurança da comunidade escolar.
Amanhã, sexta-feira (dia 10/2), o Sepe Angra realizará uma assembleia com os profissionais das redes municipal e estadual que trabalham na Brigadeiro Nóbrega para discutir estratégias de luta para solucionar de vez o problema.
Em decorrência das fortes chuvas que caem sobre o Estado do Rio de Janeiro nas últimas horas, provocando inundações e, até o presente momento, a morte de uma criança no Morro da Chácara do Céu (Tijuca), o Sepe RJ alerta aos profissionais de educação das redes estadual e municipais para se precaverem ao máximo, já que a previsão para o dia de hoje é que ocorram mais chuvas torrenciais. Do mesmo modo, o Sepe reivindica das Secretarias Estadual e Municipais de Educação para que desconsiderem as faltas dos professores, funcionários e alunos nesta quarta-feira (dia 8/2), por causa das condições precárias dos transportes e de muitas ruas que foram inundadas.
Também reivindicamos que as Secretarias de Educação se pronunciem publicamente a respeito dos casos em que unidades escolares tenham sofrido danos por causa de inundações e outras ocorrências causadas pelo temporal. Até o momento não houve pronunciamento oficial da SME RJ e SEEDUC a respeito do assunto. Em Niterói, a prefeitura decretou a suspensão das aulas no dia de hoje.
VÍDEO Chuvas, violência e descaso na volta às aulas no Rio de Janeiro