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Nesta quarta-feira, dia 25 de junho, o Sepe participou de uma audiência com a SEEDUC-RJ para discutir o processo de “escuta colaborativa” relacionado à reformulação do Novo Ensino Médio no estado.

Na reunião, o sindicato apontou os limites do instrumento diagnóstico e de sondagem da percepção da rede aplicado pela SEEDUC, demonstrando preocupação em esclarecer que esse processo não se qualifica como uma “conferência” ou construção coletiva e não pode substituir uma construção democrática efetiva da proposta curricular, com participação direta da comunidade escolar nas decisões. Destacou-se, assim, a necessidade de esclarecer o objetivo da escuta para desfazer suspeitas de retrocesso em relação à proposta de matriz curricular construída pela categoria e já apresentada pelo Sepe ao governo.

Em seguida, o Sepe reiterou sua defesa da garantia de, no mínimo, dois tempos para todas as disciplinas da Formação Geral Básica em todas as séries do ensino médio, além do respeito às especificidades das disciplinas, como elementos centrais de uma proposta comprometida com a qualidade da educação pública. Durante a audiência, o sindicato manifestou preocupação com a possibilidade de que a escuta pudesse ser utilizada como argumento para diluir essas reivindicações dos profissionais de educação, desconfigurando o acúmulo construído nos debates realizados com a categoria ao longo dos últimos anos e legitimando alguma proposta unilateral do governo.

Além disso, o sindicato apresentou, na audiência, um documento com a avaliação crítica do processo de escuta feito até o momento, com base nos indicadores do relatório de monitoramento utilizado no acompanhamento. O Sepe vai aguardar a consolidação dos dados da SEEDUC para finalizar essa análise. O documento feito pelo sindicato, no entanto, já aponta limitações como:

– Divulgação insuficiente;

– Calendário incompatível com a realidade das escolas;

– Falta de informações;

– Predominância de formulários com perguntas fechadas;

– Ausência de devolutiva pública;

– Falta de detalhamento das garantias de implementação;

– Falta de informações sobre as realidades físicas e de pessoal das escolas;

– Falta de articulação com instâncias legítimas de participação.

Ao final, houve a sinalização por parte da SEEDUC de que não haverá retrocessos na proposta curricular discutida com o Sepe e que esta ainda precisa avançar mais. A SEEDUC também garantiu que o sindicato será incluído na etapa final de sistematização das contribuições e formulação da proposta definitiva. O Sepe reforçou que permanecerá monitorando e mobilizado.
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Chamamos os profissionais da educação do Estado a denunciarem a “escuta colaborativa” que a SEEDUC está organizando nas escolas; a denunciar o caráter colaboracionista e não democrático da dita consulta.

A ausência de uma escuta efetiva das propostas apresentadas por fóruns de discussão da categoria, como o GT do Ensino Médio do Sepe e entidades representativas estudantis, fere o direito da população à educação de qualidade e compromete a justiça educacional no estado do Rio de Janeiro.

Por isso, criamos no site do Sepe um formulário para fazer a denúncia sobre a escuta em seu colégio – a direção do Sepe garante a confidencialidade das informações fornecidas. As denúncias serão enviadas depois ao Ministério Público do Estado e ao Fórum Estadual de Educação. Clique aqui para acessar o formulário.

OFÍCIOS À SEEDUC

O Sepe enviou ofícios para a SEEDUC cobrando transparência e respeito à comunidade escolar na implementação do processo de Consulta Colaborativa para escolha da matriz curricular e sobre a implementação do chamado Programa “Segunda Chance”, regulamentado – também sem consulta à comunidade escolar – pela Portaria SEEDUC/SUGEN nº 1091/2025 e pela Resolução SEEDUC nº 6331/2025, que tratam da aplicação de exames de certificação para estudantes com idade superior à regular, matriculados nos ensinos fundamental e médio.

O Sepe denuncia no ofício problemas na realização desta consulta, tais como: divulgação precária e prazos incompatíveis com a realidade escolar; discussão curricular descolada da estrutura de implementação; e o caráter colaboracionista e não democrático da consulta. O documento solicita que a SEEDUC explique quais os critérios e metodologia usados para sistematização das contribuições recebidas na consulta pública.

O Sepe também pediu informações e o cancelamento da aplicação da prova de certificação Segunda Chance. Nosso ofício deixa clara a profunda preocupação dos profissionais de educação com os impactos negativos decorrentes da implantação de tal exame, que se configura numa grave ameaça ao direito à educação como direito humano, integral, contínuo e permanente garantido pela Constituição e pela LDB.
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