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A direção do Sepe participou de uma reunião na 4ª CRE (Olaria) nesta terça-feira (dia 18) para discutir a situação da segurança nas unidades escolares municipais localizadas dentro do Complexo de favelas da Maré em razão dos graves conflitos ocorridos na semana passada durante operações das forças policiais no local. Participaram do encontro, profissionais que atuam nas escolas da região, direção do Sepe e o subsecretário Hugo Nepomuceno, acompanhado da coordenadora da CRE, Fátima das Graças Barros e da gerente de segurança do órgão, professora Renata.

No dia 12 de junho as unidades escolares e de saúde locais tiveram que ser fechadas por causa da guerra entre policiais e traficantes da Maré. Até hoje, seis pessoas, entre elas dois policiais morreram e a polícia militar mantém um cerco no local, com incursões de soldados e veículos blindados, causando intenso tiroteios que ameaçam a segurança da população que mora ali e tem que sair para o trabalho ou para a escola.  

No dia seguinte, quinta-feira (dia 13), mesmo com a continuidade das operações policiais e de conflitos no local, as escolas municipais abriram as portas e os profissionais relataram diversos confrontos que obrigaram os educadores a tirar os alunos de sala de aula para que os mesmo se abrigassem nos corredores para fugir do perigo das balas perdidas e explosivos.

Na reunião a SME foi questionada pela ausência de tomada de decisão do protocolo da AMS, resultando muitas vezes no atendimento de forma precária dos alunos e coloca profissionais, pais e alunos encurralados em meio a operações policiais.

Ao final da reunião, a coordenadora Fátima se comprometeu em dar uma posição até o final do dia sobre a prorrogação do prazo da aplicação e entrega de resultados das Atividades Diagnósticas em Redes (ADRs). Outra questão que foi pautada, foi a respeito do protocolo de segurança a ser tomado nessa semana, que é reconhecidamente uma semana de instabilidade em razão da morte dos policiais do BOPE.

Além disso, ficou estabelecido que os protocolos serão revistos e regulamentados, o que não aconteceu até hoje. Ficou combinado que nesta semana todas as unidades estarão de sobreaviso todos os dias para o caso de novas operações na área. O subsecretário Hugo Nepomuceno salientou que a Resolução 63 prevalece, indicando autonomia da unidade escolar para avaliar a suspensão da aula. O Sepe cobrou um ato normativo do protocolo de segurança e o subsecretário afirmou que o documento está sendo providenciado. O sindicato alerta que a SME e a prefeitura têm que ser responsabilizadas no caso de alguma coisa mais grave acontecer nas escolas por causa da questão da segurança.

Basta de operações policiais!

Pelo direito à vida!

Leia pelo link abaixo material da Regional IV do Sepe, com críticas sobre o Programa de Acesso Mais Seguro da SME:

https://sepe4.blogspot.com/2019/07/sobre-os-procedimentos-durante.html

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O sindicato e os profissionais da educação veem com extrema preocupação os ataques em várias escolas, em diferentes regiões, divulgados pela imprensa nos últimos dias.

Desde o ataque em São Paulo, com o bárbaro assassinato da professora Elisabete Tenreiro, 71, as ameaças e situações de conflito se disseminaram em escolas de nosso estado, com o Sepe recebendo informações preocupantes.

O Sepe acredita que é necessário reforçar a proteção nas escolas, mas é contrário a propostas como a militarização das unidades.

O sindicato quer debater um plano para as escolas públicas, que se inicie pela retomada da contratação de profissionais especializados, via concurso público, como porteiros e inspetores de alunos, hoje em número bastante reduzido em praticamente todas as redes.

A respeito do lançamento pelo governo estadual de um aplicativo com “botão de pânico”, chamado “Rede Escola”, o Sepe considera que tal programa escamoteia o verdadeiro sucateamento que a escola pública vem sofrendo; em que a falta de profissionais e de estrutura, ao fim e ao cabo, prejudicam e mesmo impedem a prevenção de casos de violência.

A nosso ver, o excesso de alunos em sala, o ritmo intenso de trabalho e a falta de servidores – tristes características de todo o ensino em nosso estado – são obstáculos para educar, e também para identificar e prevenir casos de violência.

O Sepe quer um plano efetivo contra a violência nas escolas, que inclua atendimento psicológico, assistência social e atenção especial para escolas onde tenham ocorrido casos de violência.

O sindicato destaca que não se trata apenas de ataques individuais, movidos pelo ódio. A violência tem impedido milhares de alunos, a maioria negra, de frequentar as aulas, por conta de operações policiais ou confrontos entre traficantes no entorno das escolas, principalmente nas comunidades da capital. Inclusive, no dia 22 de março, em audiência com a SME-RJ, o Sepe criticou a forma como o protocolo de segurança das escolas municipais vem sendo aplicado pela Secretaria, quando de tiroteios no entorno, causando insatisfação em toda a comunidade.

No mesmo dia 22, em audiência na Casa Civil do governo do estado, o sindicato cobrou o fim das megaoperações policiais no entorno das escolas e a garantia de suspensão das aulas diante do risco de tiroteio.

O Sepe reforça ainda a necessidade de ampliar o diálogo com os estudantes sobre temas como racismo, machismo, homofobia e capacitismo, de modo a enfrentar o crescimento da cultura do ódio e o preconceito, e construir um ambiente de paz nas escolas.

Assim, para o Sepe, os gestores da prefeitura do Rio de Janeiro, demais prefeituras e do governo do estado precisam investir fortemente na educação, para que possamos cuidar de nossa juventude e evitar que uma nova tragédia volte a acontecer.

Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEPE-RJ)

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