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Violência recorrente: Polícia invadiu escola municipal em Senador Camará na manhã de ontem (dia 18/2)

Na segunda-feira (dia 18/2). alunos e profissionais da educação da Escola Municipal Mário Fernandes Pinheiro, da 8a CRE,  localizada em Senador Camará, foram surpreendidos pela invasão de diversos policiais armados no pátio da escola. Isto aconteceu durante o momento de preparação dos estudantes no pátio para iniciarem as aulas do dia (como evidencia o vídeo abaixo compartilhado por responsáveis da escola numa página do facebook).
 
Infelizmente, este episódio mostra que a escola deixou de ser um espaço onde as crianças podem se sentir protegidas. Demonstra que a escola deixou de ser um espaço exclusivo de desenvolvimento humano, de construção de conhecimento e de manifestação da vida para se tornar também o lugar do medo, de adoecimento psíquico, de mortes de crianças e/ou de ferimentos delas e de educadores por conta de balas “perdidas”. Como retornar às salas de aulas depois de vivenciar situações de tamanha violência? Como formar seres estruturados psicologicamente sem garantir a integridade física e psíquica deles? 
 
Lamentavelmente, nessa manhã, a polícia mostrou claramente não se preocupar em aumentar as tristes estatísticas que ocupam páginas de nossos jornais. Quantas Marias Eduardas e Marcos Vinicius precisarão morrer para que o Estado compreenda que a escola deve ser inviolável, para que trate as vidas das e nas favelas com respeito e dignidade?
 
Cabe ao Estado oferecer as condições adequadas para que as escolas cumpram seu papel. Como professores vão ensinar e alunos aprender vendo suas vidas serem colocadas em risco pelo próprio Estado na figura dos policiais?
 
Somente nos dois últimos anos, duas crianças da rede municipal do Rio de Janeiro morreram e uma foi atingida no braço, enquanto brincava no pátio da escola, por conta de incursões policiais. O que o Estado está fazendo para evitar novas tragédias? O que a prefeitura de Crivella faz para garantir a segurança de seus educadores e evitar que futuros sejam interrompidos? Quais ações a Secretaria Municipal de Educação promove para garantir que todas as crianças tenham aulas? A sociedade exige essas respostas.