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Sepe condena exposição de fuzis e outros armamentos em evento de colégio cívico-militar no Paraná

Evento exibiu fuzis e outros armamentos pesados dentro da escola para os alunos. foto: Reprodução das redes sociais

O Sepe RJ repudia com veemência os fatos reportados pela mídia em geral no dia de hoje, 09 de dezembro, que mostram, no Paraná, uma macabra “exposição de fuzis e outros armamentos” nas dependências do Colégio Estadual Vinicius de Moraes, em Colombo, uma das escolas cívico-militares da rede estadual paranaense na Região Metropolitana de Curitiba.  Em tempos complicados, onde o aumento da cultura da violência nas redes sociais e no cotidiano das nossas cidades, em que chacinas, agressões  e outros casos de violência e racismo dentro e fora do ambiente escolar tem ceifado vidas ou ferido pessoas, só podemos ver como um atentado à razão e à lógica humanista – que deveriam prevalecer dentro de uma escola – a exibição para os alunos de armamento pesado e letal no pátio de uma unidade escolar, como se estivesse sendo realizada uma pacata feira de ciências.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná, em reportagem do portal G1, a atividade teria foco em “prevenção, informação e aproximação responsável com a comunidade”, seja lá o que esta fala queira representar. As autoridades de segurança também apresentaram a desculpa esfarrapada na reportagem de que os jovens não puderam manusear os armamentos. A Secretaria Estadual de Educação não comentou o caso, segundo o veículo de comunicação.

O Sepe torna público o seu espanto para com tanta falta de sensibilidade do governador Ratinho Júnior, um daqueles que se juntaram ao governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro para comemorar a matança de 122 pessoas durante uma operação das forças de segurança do Rio de Janeiro nos Complexos da Penha e do Alemão no dia 28 de outubro, de permitir que eventos deste tipo aconteçam nos espaço de unidades escolares da rede estadual do Paraná. É bom lembrar que, há poucos dias, um vídeo viralizou nas redes com alunos de uma outra unidade escolar cívico-militar paranaense (CE João Turin, de Curitiba) com imagens de alunos marchando e cantando músicas com apologia à violência.

Não é à toa, que o Sepe sempre se mostrou um adversário política de criação dessas escolas cívico-militares, que ganharam um grande incentivo no período do governo Bolsonaro e se espalharam como praga pelo país, inclusive no Rio de Janeiro. Como educadores, não podemos aceitar a introdução da ideologia do militarismo dentro do espaço escolar regular, pois ela incentiva comportamentos e ideais que pouco tem a ver com a democracia e as condutas pedagógicas, que devem ser o padrão de uma escola pública, gratuita e de qualidade destinada a formar alunos com uma consciência mais crítica sobre o papel que eles têm a desempenhar perante a sociedade.

Por conta do acima exposto, exigimos do Ministério Público e dos demais órgãos da Justiça ligados à defesa dos direitos das crianças e adolescentes uma investigação severa e dura para apurar todos os fatos e impedir a exposição dos nossos alunos ao incentivo do armamentismo e da violência gratuita, representada pelas armas em exposição dentro do ambiente escolar. Qualquer pessoa dotada de um mínimo de sensibilidade e razão e de conhecimento da legislação sabe que é uma obrigação dos nossos governos proteger as crianças de adolescentes de tais atividades que promovem o uso de armas de fogo.       

 

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