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Indefinição sobre a venda de banco que tem quase R$ 1 bilhão de investimentos do RioPrevidência continua

A polêmica em torno da aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) teve mais uma rodada no último dia 6 de maio, quando a Justiça do Distrito Federal concedeu liminar para impedir a assinatura do contrato da compra definitiva da instituição financeira pelo banco ligado ao governo do Distrito Federal. O pedido de liminar foi protocolado pelo Ministério Público do DF. Mas, apesar de impedir a assinatura definitiva, o juiz autor da decisão liberou a tramitação dos atos preparatórios para a concretização da venda do Master, de propriedade do empresário bilionário Daniel Vorcaro. A notícia foi divulgada pelo portal da Agência Brasil no dia 6 de maio.

Toda a transação é considerada polêmica por analistas do mercado, que duvidam da política agressiva utilizada pela direção do Banco Master para a captação de recursos, com rendimentos acima dos oferecidos pelas instituições mais tradicionais, além da contumaz compra de papéis a taxas superiores à média de mercado, o que aumenta as dúvidas sobre a real situação financeira da instituição. A transação também é vista com temor por aposentados de fundos públicos de pensão, como o Rioprevidência, responsável pela administração das aposentadorias e pensões de servidores públicos do estado do Rio de Janeiro e que têm uma carteira de quase um bilhão em papéis investidos no Master.

Com o acúmulo de notícias na imprensa sobre a transação envolvendo o Master e o BRB começaram a aparecer as negociações realizadas pelo banco nos últimos anos. Entre elas, denúncias sobre investimentos de fundos previdenciários públicos. De olho nas altas taxas de rendimento oferecidas, eles aplicaram verdadeiras fortunas em transações que não têm a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma entidade criada no ano de 1995 para garantir investimentos financeiros até R$ 250 mil no caso de problemas, falência ou fechamento de instituições financeiras.

Só o Rioprevidência investiu quase R$ 1 bilhão em letras financeiras do Banco Master. Esse valor representa quase 10% do patrimônio do fundo de pensão dos servidores estaduais, responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões de mais de 235 mil servidores públicos. Tal investimento sem garantia causa mais espanto, quando se sabe da crise vivida pelo Rioprevidência por causa de malversação de verbas ou por gestões temerárias. Tais fatos já foram denunciados pela CPI do Rioprevidência da Alerj, concluída e aprovada em junho de 2021 e posteriormente arquivada pelos parlamentares em 2023.

Segundo a Folha de São Paulo, citada em matéria publicada no site do Sinfrerj (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual do Rio de Janeiro), o ex-diretor de investimentos do Rioprevidência Euchério Lerner Rodrigues, responsável pelos saques do fundo  das aplicações em grandes bancos para adquirir papéis emitidos pelo Master, afirmou que, em caso de quebra do Master, o RioPrevidência só conseguiria recuperar a receita perdida com tais investimentos em 23 meses, já que o total investido não está coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito.

Banqueiro gastou R$ 15 milhões em festa de aniversário da filha

Segundo o portal Metrópoles, Daniel Vorcaro, CEO e sócio majoritário do Banco Master e principal envolvido na polêmica venda, gastou R$ 15 milhões na festa de debutante de sua filha, em um condomínio na cidade de Nova Lima (MG).

Ao que parece, a crise de liquidez e a discussão envolvendo o banco liderado por ele não impediram que o empresário promovesse uma festa marcada pela ostentação e os altos gastos numa comemoração que envolveu a participação de DJs e músicos consagrados do Brasil e do exterior. De acordo com o Metrópoles, que tomou como fonte o jornal mineiro o Tempo, só o bolo da festa custou R$ 25 mil e foi trazido de avião de São Paulo para o debut da filha do empresário.

Enquanto isso, os aposentados e pensionistas do serviço público estadual sofrem sem saber o que vai acontecer com os seus pagamentos no futuro próximo por causa das sucessivas crises do Rioprevidência, em sua maioria causadas pelo descaso com o bem público e para com o direito daqueles que lutaram e trabalharam a vida inteira para atender a população e manter o serviço público estadual em funcionamento.

 

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