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DENÚNCIA: PAULO GUEDES QUER ACABAR COM A CORREÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO E APOSENTADORIA PELO ÍNDICE DA INFLAÇÃO

O Portal da Folha de São Paulo publicou ontem (dia 20) uma matéria sobre o novo plano fiscal do ministro da Economia, Paulo Guedes, pronto para ser apresentado ao Congresso Nacional logo após o segundo turno das eleições. Trata-se de mais um pacote de maldades do governo Bolsonaro que, agora, deseja desvincular o salário mínimo, aposentadorias, pensões e benefícios sociais da correção pela inflação passada. Na entrevista, o ministro chegou a reconhecer que o plano só não foi lançado ainda por causa do processo eleitoral, mas que o pacote será enviado ao Congresso assim que acabem as eleições.

 

Guedes também confessou em pronunciamento repercutido pelos telejornais, demais órgãos da imprensa e redes sociais que esta medida visa conter a sangria de gastos do governo para aumentar as chances de reeleição do presidente Bolsonaro e, assim, cobrir o rombo no teto de gastos causado pelo dispêndio de bilhões de reais utilizados na concessão de benefícios eleitoreiros durante a campanha de reeleição do atual presidente. Ou seja, mais uma vez, os trabalhadores mais pobres e os aposentados e pensionistas, que dependem do já aviltado salário mínimo (há quatro anos sem reajuste real) para sobreviver, irão pagar a conta do caos nas contas públicas causado por Bolsonaro/Guedes e sua base de apoio no Congresso Nacional na sua tentativa de reeleição a qualquer custo.

 

Com a desvinculação e desobrigação do governo em relação ao reajuste do salário mínimo pela inflação passada, corremos o risco de ver repetida na Brasil a situação dos aposentados e trabalhadores mais pobres do Chile. Ali, por conta de políticas econômicas neoliberais ditadas pela chamada Escola de Chicago (centro de estudos onde Paulo Guedes estudou) durante a ditadura Pinochet a falta de indexação dos salários à inflação e a implementação de políticas visando a privatização e abertura para o mercado externo, além de reformas no sistema previdenciário, fez com que a remuneração desta parcela da população alcançasse o nível mais baixo da história, não permitindo sequer a manutenção dos gastos mínimos para a subsistência diária ou com a saúde.

 

Paulo Guedes sabe muito bem o que está fazendo, já que, durante anos, participou da experiência neoliberal no Chile, trabalhando junto com outros economistas chilenos durante a ditadura de Pinochet. Ele, que já falou que pobre não pode viajar ao exterior e manteve ao longo dos quatro anos do governo Bolsonaro uma política de não concessão de aumento real para o salário mínimo, agora quer acabar com o mesmo, deixando trabalhadores e aposentados sem a correção dos seus salários pela inflação.

 

 

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