destaque-home, Estadual, Municipal, Todas

Nota do Sepe sobre o caos gerado por operação policial na Vila Aliança ontem (dia 4/9)

O Sepe, mais uma vez, vem a público manifestar o repúdio dos profissionais de educação das redes públicas do estado do Rio de Janeiro contra a forma como são organizadas operações policiais em favelas ou bairros da periferia, colocando em risco a vida dos moradores, profissionais e alunos que trabalham em escolas estaduais ou municipais localizadas no entorno. Ontem, dia 04 de setembro, de novo alunos de escolas públicas tiveram que se abrigar dentro das unidades escolares para se proteger das balas perdidas durante um confronto na Vila Aliança, que resultou na morte de seis pessoas durante o cerco a uma residência com reféns.

Ontem a imagem que viralizou nas redes e nas manchetes dos principais veículos de comunicação foi a de crianças agachadas no corredor de uma creche municipal para se abrigar durante o tiroteio. Mas a imagem de um carro com uma placa  na janela com os dizeres “Professor” duas vezes, no qual uma professora desesperada tentava passar no meio do conflito, mostra o quanto é desesperadora a situação de moradores e educadores que são obrigados a vivenciar quase que diariamente o terror provocado por operações policiais mal planejadas, quase sempre durante o horário de aulas nas escolas localizadas nestas áreas de risco.

Como profissionais de educação, não podemos admitir que as forças de segurança do estado coloquem a vida de inocentes em risco ao realizarem estas verdadeiras operações de guerra, com utilização de armamentos pesados, carros blindados e sobrevoo de helicópteros. Os números de mortos e feridos, muitas vezes, inocentes, dão uma noção da violência com que tais ações são realizadas e o caos que elas provocam. Como se não bastasse o medo e os riscos para a população trabalhadora, os moradores ainda sofrem com a suspensão de serviços essenciais para a população trabalhadora, como o sistema de transporte, postos de saúde, serviços de eletricidade e o funcionamento das escolas locais.

Durante a operação de ontem, relatos nas redes sociais mostram o desespero dos responsáveis, com a dificuldade para retirarem os filhos nas escolas, já que o conflito foi iniciado após o horário da entrada do turno da manhã.

O Sepe se coloca ao lado dos moradores destas comunidades e profissionais que ali atuam, no sentido de que o governo estadual cesse com tais operações que, na maioria das vezes, vitimiza a população negra e favelada e muito pouco contribuem para aplacar as mazelas da criminalidade nestes locais.

LEIA MAIS: