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Nós, do SEPE, compreendemos que a violência nas escolas é um tema muito amplo, porque as unidades sofrem, produzem e reproduzem várias formas de violência.

No Conselho Municipal de Educação (CME) desta terça-feira, 25/07, será discutido especificamente o Programa Acesso Mais Seguro, que é voltado para as situações ligadas a conflitos com tiroteios no entorno das unidades. Nesta data será feita uma apresentação do programa para o público presente no CME e através do YouTube.

Com esta nota, queremos entender o que avançou desde a audiência em que a Secretaria Municipal de Educação RJ (SME RJ) apresentou este mesmo programa para o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe RJ), no dia 05 de maio. Na ocasião, fizemos a crítica ao “botão do pânico”, mecanismo anunciado por várias redes, que, em nossa compreensão, não dava conta de acalmar e orientar, mas justamente causava ansiedade e temor. Aí é criado um aplicativo com alternativas de informações rápidas e precisas.

Mas quem conhece esse aplicativo? Quantas unidades estão usando? Quantos profissionais já deixaram de ser expostos a violência de estado graças a ele?

Levantamos ainda, a questão do desamparo emocional da comunidade. A SME apresenta o PROINAP, o NIAP, o PSE, mas não sabemos o número de profissionais atuando nos projetos e ou recebendo treinamento e atendimento nos mesmos, nem tampouco quantos já adoeceram em virtude dessa exposição ou até falta de informação por vezes fruto de gestões que não prezam pela democracia e se importam tão somente em manter as escolas abertas.

Na reunião de maio, criticamos a ausência de orientação aos profissionais. O governo municipal, através da SME, anunciou uma formação para o Agente Educador II. E também citou reuniões de formação com os conselhos Escola Comunidade (CECs). Mas não foi informado em que horário os profissionais fariam a formação, ou mesmo como seriam selecionados para tal.

Enfim muitas perguntas que ainda pairam no ar, que continuam precisando de resposta.

Muitos profissionais seguem adoecendo mentalmente por se expor ao risco em dias de conflitos nas áreas conflagradas e, por vezes, nunca ouviram falar desse projeto – mais uma vez o problema da falta de gestão democrática. A “fábrica de escolas” não pode fechar as portas e salvar vidas, não se pode pensar um currículo vivo que crie outras estratégias para dias de conflitos que não seja a imposição de abrir a escola mesmo debaixo de tiros, com profissionais e alunos sendo alvejados de todos os lados.

Compreendemos que as instituições responsáveis pela segurança pública fazem seu trabalho, sistematicamente, colocando a população pobre e negra sob risco de vida. Isso está ficando cada vez mais naturalizado. A política de segurança pública do governo estadual precisa ser questionada pela sociedade, pela prefeitura, pelas entidades, pelos movimentos sociais, por nós, pelo governo federal, caso contrário todas as medidas adotadas serão somente para “enxugar gelo”.

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Os últimos dias foram de grande tensão nas redes sociais, com ameaças à escolas – falsas e verdadeiras. Os efeitos já se sentem em várias regiões e, hoje (dia 10/4), uma série de unidades registraram uma onda de boatos que resultaram na falta de alunos e, até mesmo, no fechamento de algumas unidades em diversas regiões do estado. O terrorismo nas redes provocou uma sensação de grande medo entre familiares, alunos e profissionais. Neste momento, queremos expressar toda a solidariedade do Sepe aos profissionais, pais e alunos.

É necessário manter a calma e não permitir que uma onda de medo contagie e paralise as escolas. Neste momento há grupos de ódio atuando, divulgando ameaças nas redes, buscando um clima de terror e pânico, em todo o país. Não podemos ajudar a que se propaguem, mas tampouco podemos ignorar completamente as ameaças.

Sem pânico, é preciso reagir e proteger nossas crianças e o espaço escolar. Criar ambientes mais seguros começa por ter inspetores e porteiros – concursados – em cada escola. Exige ações integradas, de governos, escola e comunidade, e protocolos definidos para ameaças e possíveis ataques. Exige investir em inteligência nas redes e internet, para monitorar grupos de ódio e evitar ações. Exige suspender as operações policiais em comunidades em horários de aula, como vimos recentemente na Maré.

O ambiente mais seguro passa por enfrentar a carência de profissionais de educação nas escolas, que são os que conseguem identificar situações de crise e acolher jovens e adolescentes. Precisamos ter concursos e valorização profissional. Ao mesmo tempo, a rede de afeto e acolhimento na escola precisa ser reforçada com profissionais para atendimento psicológico e de assistência social.

A onda de ataques é reflexo do crescimento do ódio na sociedade, especialmente nos últimos anos, e com a defesa do armamento pelo bolsonarismo e governantes que não tiveram pudor em posar com crianças “fazendo arminha”. O ódio não é indiscriminado: procura atingir especialmente as mulheres, LGBTQIA+s, negros e negras, imigrantes – As “minorias” que o bolsonarismo tentou.

Mesmo reconhecendo a importância de debater o bullying ou efeitos do uso excessivo de tecnologia e das redes sociais entre os jovens, parece um erro reduzir a explicação dos ataques a estes aspectos. O tema é muito complexo, e certamente estes temas precisam ser tratados – mas sem perder o foco na principal causa, que é o aumento do ódio e seus componentes – a misoginia, o racismo, a homofobia e o capacitismo.

Não é por acaso que nós, educadores, estamos na mira dos ataques. Nossa categoria tem sido alvo de intensa perseguição nos últimos anos, sendo filmados em sala e fake news que colocava os alunos contra seus professores. Quiseram nos impedir de tratar em sala de temas fundamentais para combater preconceitos que agora invadem com violência o cotidiano escolar.

Obviamente, é necessário reforçar a segurança no entorno das escolas e garantir a funcionalidade e viabilidade destas iniciativas, sem ameaçar a liberdade, o diálogo e a democracia necessárias ao bom funcionamento das unidades escolares.

Diante dos ataques, os defensores do ódio e do armamento certamente apostarão no medo para oferecer saídas autoritárias, como militarizar escolas ou armar profissionais da educação. No entanto, mesmo ações de vigilância, necessárias, têm se mostrado insuficientes. Nos EUA, por exemplo, em 2021, as unidades educacionais gastaram o recorde de R$ 15,6 bilhões com sistemas e serviços de vigilância e proteção. Mesmo assim, o total de ataques também foi recorde neste ano – 47 casos, contra os 42 de 2020.

De pouco ou nada adianta criar botões de pânico, se não buscarmos as causas do problema e sem valorizar e dar condições de trabalho dignas a quem educa.

HOJE (10/04), 18h30, acompanhe a live sobre a violência nas escolas




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Nesta segunda-feira, 10/04, às 18h30, acompanhe a live do Sepe, no Youtube, sobre a violência nas escolas. Um debate urgente, diante dos ataques de ódio em São Paulo e Santa Catarina, e também sobre as ações recorrentes das forças de segurança em comunidades, mesmo em horários e na proximidade de escolas. Venha discutir medidas para enfrentar o crescimento da violência e do ódio.

Com:

▶ Luka Franca
Mãe de aluna no ensino fundamental em SP, membra da coordenação estadual do MNU-SP e participante do relatório sobre violência contra as escolas da equipe de transição do governo Lula

▶ Renata Aquino
Professora de história, mestra em Ensino de História e Historiografia, pesquisadora da censura na educação e da digitalização da política.
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A direção do Sepe participará de uma audiência na parte da tarde desta segunda-feira (dia 10/4), na SEEDUC. O encontro será realizado a partir das 14h30 e faz parte do calendário de reuniões com o governo estadual estabelecido na negociação do dia 22 de março, logo após a marcha ao Palácio Guanabara.
A pauta da audiência de hoje tratará de questões pedagógicas e administrativas, entre elas, a questão da violência nas escolas. O Novo Ensino Médio (NEM) também será discutido, em especial após a suspensão decidida pelo governo federal. Na pauta pedagógica estarão ainda outros temas: Abono de paralisações e greves anteriores; Mediadores, Intérpretes, Salas de Recursos nas escolas; Conselhos Escolares; Fechamento de turmas e Migração para 30 horas, entre outros temas.
Para esta semana está prevista ainda uma segunda audiência de negociação, desta vez com a Casa Civil, sobre a pauta econômica. O ponto principal é a aplicação do piso nacional da educação. O resultado será informado na assembleia geral, no dia 18/04, na ABI.
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Manhã de hoje registra ataque bárbaro com crianças mortas em uma creche catarinense e bomba em escola de São Paulo:

A manhã desta quarta-feira (dia 05/4) registrou uma série de fatos violentos envolvendo unidades educacionais. A ocorrência mais grave aconteceu em Blumenau (Santa Catarina), onde um homem de 25 anos invadiu uma creche com uma machadinha e matou quatro crianças, deixando pelo menos mais cinco feridas, uma delas em estado grave. Segundo a Polícia Civil catarinense, o agressor se entregou após o ataque e apresentava sinais de surto psicótico. As crianças mortas tinham de quatro a sete anos de idade. O massacre acontece dois anos após o ataque a uma creche em Saudades, no Oeste catarinense, quando cinco crianças foram assassinadas por um homem em uma creche.

Ainda na manhã, um suposto aluno da Escola Estadual Maria Eugênia Martins, bairro do Jaraguá, na capital paulista, jogou um explosivo de fabricação caseira para dentro da unidade, ferindo uma professora. As informações foram veiculadas pelo programa Brasil Urgente da TV Bandeirantes. A capital paulista sofreu um ataque no dia 27/03, na E.E. Thomazia Montoro, na Vila Sônia, provocando a morte da professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos. Outras três professoras e um estudante também foram feridos pelo autor do ataque, um aluno da escola, de 13 anos, que usou uma faca.

O Sepe e os profissionais de educação reiteram a extrema preocupação com a repetição deste tipo de ocorrência dentro do espaço escolar que parecem adquirir um padrão e que ocorrem com intervalos cada vez menores de tempo. Ataques que revelam o crescimento do discurso de ódio, do armamentismo e também o adoecimento de parcelas da sociedade.

Acreditamos que é necessário reforçar a proteção nas unidades, mas somos contrários à propostas como a militarização. A implantação de equipamentos como o chamado “botão de pânico” certamente não resolverão o problema nem garantirão a segurança das comunidades escolares. Queremos combater e prevenir as ações deste tipo.

O sindicato quer debater um plano para as escolas públicas, que se inicie pela retomada da contratação de profissionais especializados, via concurso público, como porteiros e inspetores de alunos, hoje em número bastante reduzido em praticamente todas as redes. Queremos um plano efetivo contra a violência nas escolas, que inclua atendimento psicológico, assistência social e atenção especial para as unidades que registrem casos de violência. Somente uma educação pública e de qualidade, para todos os extratos da população, pode ajudar a reduzir tais tipos de ocorrências.

Para o Sepe, os governos precisam “apertar, fortemente, o botão” do investimento na Educação, para que possamos cuidar de nossa juventude e evitar que novas tragédias voltem a acontecer.

Também reafirmamos que os governos precisam deixar de serem responsáveis por outras ações violentas, como as operações policiais em horários de aula, que obrigam nossas crianças e os educadores a se protegerem sob as cadeiras, quando não a perderem suas vidas no fogo cruzado. Um exemplo ocorreu na manhã desta quarta-feira, 05, quando operação policial no Complexo da Maré deixou 18 unidades de ensino na Maré sem aulas, por precaução, prejudicando cerca de 6 mil alunos.

O Sepe RJ e a categoria expressam o seu luto e pesar pelo ataque de hoje na Creche Cantinho Bom Pastor, de Blumenau, e se colocam solidários ao lado de toda a comunidade escolar da unidade educacional neste momento de grande luto e pesar.
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O sindicato e os profissionais da educação veem com extrema preocupação os ataques em várias escolas, em diferentes regiões, divulgados pela imprensa nos últimos dias.

Desde o ataque em São Paulo, com o bárbaro assassinato da professora Elisabete Tenreiro, 71, as ameaças e situações de conflito se disseminaram em escolas de nosso estado, com o Sepe recebendo informações preocupantes.

O Sepe acredita que é necessário reforçar a proteção nas escolas, mas é contrário a propostas como a militarização das unidades.

O sindicato quer debater um plano para as escolas públicas, que se inicie pela retomada da contratação de profissionais especializados, via concurso público, como porteiros e inspetores de alunos, hoje em número bastante reduzido em praticamente todas as redes.

A respeito do lançamento pelo governo estadual de um aplicativo com “botão de pânico”, chamado “Rede Escola”, o Sepe considera que tal programa escamoteia o verdadeiro sucateamento que a escola pública vem sofrendo; em que a falta de profissionais e de estrutura, ao fim e ao cabo, prejudicam e mesmo impedem a prevenção de casos de violência.

A nosso ver, o excesso de alunos em sala, o ritmo intenso de trabalho e a falta de servidores – tristes características de todo o ensino em nosso estado – são obstáculos para educar, e também para identificar e prevenir casos de violência.

O Sepe quer um plano efetivo contra a violência nas escolas, que inclua atendimento psicológico, assistência social e atenção especial para escolas onde tenham ocorrido casos de violência.

O sindicato destaca que não se trata apenas de ataques individuais, movidos pelo ódio. A violência tem impedido milhares de alunos, a maioria negra, de frequentar as aulas, por conta de operações policiais ou confrontos entre traficantes no entorno das escolas, principalmente nas comunidades da capital. Inclusive, no dia 22 de março, em audiência com a SME-RJ, o Sepe criticou a forma como o protocolo de segurança das escolas municipais vem sendo aplicado pela Secretaria, quando de tiroteios no entorno, causando insatisfação em toda a comunidade.

No mesmo dia 22, em audiência na Casa Civil do governo do estado, o sindicato cobrou o fim das megaoperações policiais no entorno das escolas e a garantia de suspensão das aulas diante do risco de tiroteio.

O Sepe reforça ainda a necessidade de ampliar o diálogo com os estudantes sobre temas como racismo, machismo, homofobia e capacitismo, de modo a enfrentar o crescimento da cultura do ódio e o preconceito, e construir um ambiente de paz nas escolas.

Assim, para o Sepe, os gestores da prefeitura do Rio de Janeiro, demais prefeituras e do governo do estado precisam investir fortemente na educação, para que possamos cuidar de nossa juventude e evitar que uma nova tragédia volte a acontecer.

Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEPE-RJ)

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Mais um ataque a profissionais e alunos a uma escola no País que, infelizmente, causou a morte de uma colega de profissão: quatro professoras e um aluno foram esfaqueados por um aluno nesta segunda-feira (27) dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, capital.

A professora Elisabete Tenreiro, 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital.

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe) se solidariza com os familiares e colegas da professora Elisabete, como também com todas as demais colegas e o aluno agredidos.

Também nos solidarizamos com a comunidade escolar daquela unidade.

Temos certeza que o Sepe fala em nome de toda a categoria daqui de nosso estado.

É um triste fato que também sofremos, no estado do Rio, diariamente, o estresse relacionado à violência dentro e no entorno de nossas unidades escolares.

Lamentamos que o magistério e todas as demais categorias que trabalham na educação venham a ser quase que um para-raio de todas as frustrações e desesperos da sociedade brasileira. Essa situação é causada, também, pelo enorme descaso salarial, ético e profissional que os profissionais de educação recebem historicamente neste País; descaso este que até mesmo foi aprofundado nos últimos anos, com o desdém que algumas autoridades trataram e tratam o aprendizado e o conhecimento, o saber.

Basta ver a dificuldade na aplicação de salários dignos referenciados no piso nacional do magistério; basta ver a enorme carência de profissionais especializados na segurança das escolas e atendimento direto aos alunos, basicamente por falta de concursos públicos.

Mesmo enlutados pelo o que aconteceu na escola em São Paulo, temos a obrigação de alertar a sociedade de que boa parte da prevenção em casos como o de hoje poderia ocorrer se houvesse investimento maciço na educação.

Novamente, toda a nossa solidariedade aos colegas de São Paulo.

E que os governos em todos os níveis “acordem” para a necessidade de mais investimentos na Educação do País, além do desarmamento da população.

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