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EDUCAÇÃO DE LUTO! Nota do Sepe sobre novos ataques em escolas


Manhã de hoje registra ataque bárbaro com crianças mortas em uma creche catarinense e bomba em escola de São Paulo:

A manhã desta quarta-feira (dia 05/4) registrou uma série de fatos violentos envolvendo unidades educacionais. A ocorrência mais grave aconteceu em Blumenau (Santa Catarina), onde um homem de 25 anos invadiu uma creche com uma machadinha e matou quatro crianças, deixando pelo menos mais cinco feridas, uma delas em estado grave. Segundo a Polícia Civil catarinense, o agressor se entregou após o ataque e apresentava sinais de surto psicótico. As crianças mortas tinham de quatro a sete anos de idade. O massacre acontece dois anos após o ataque a uma creche em Saudades, no Oeste catarinense, quando cinco crianças foram assassinadas por um homem em uma creche.

Ainda na manhã, um suposto aluno da Escola Estadual Maria Eugênia Martins, bairro do Jaraguá, na capital paulista, jogou um explosivo de fabricação caseira para dentro da unidade, ferindo uma professora. As informações foram veiculadas pelo programa Brasil Urgente da TV Bandeirantes. A capital paulista sofreu um ataque no dia 27/03, na E.E. Thomazia Montoro, na Vila Sônia, provocando a morte da professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos. Outras três professoras e um estudante também foram feridos pelo autor do ataque, um aluno da escola, de 13 anos, que usou uma faca.

O Sepe e os profissionais de educação reiteram a extrema preocupação com a repetição deste tipo de ocorrência dentro do espaço escolar que parecem adquirir um padrão e que ocorrem com intervalos cada vez menores de tempo. Ataques que revelam o crescimento do discurso de ódio, do armamentismo e também o adoecimento de parcelas da sociedade.

Acreditamos que é necessário reforçar a proteção nas unidades, mas somos contrários à propostas como a militarização. A implantação de equipamentos como o chamado “botão de pânico” certamente não resolverão o problema nem garantirão a segurança das comunidades escolares. Queremos combater e prevenir as ações deste tipo.

O sindicato quer debater um plano para as escolas públicas, que se inicie pela retomada da contratação de profissionais especializados, via concurso público, como porteiros e inspetores de alunos, hoje em número bastante reduzido em praticamente todas as redes. Queremos um plano efetivo contra a violência nas escolas, que inclua atendimento psicológico, assistência social e atenção especial para as unidades que registrem casos de violência. Somente uma educação pública e de qualidade, para todos os extratos da população, pode ajudar a reduzir tais tipos de ocorrências.

Para o Sepe, os governos precisam “apertar, fortemente, o botão” do investimento na Educação, para que possamos cuidar de nossa juventude e evitar que novas tragédias voltem a acontecer.

Também reafirmamos que os governos precisam deixar de serem responsáveis por outras ações violentas, como as operações policiais em horários de aula, que obrigam nossas crianças e os educadores a se protegerem sob as cadeiras, quando não a perderem suas vidas no fogo cruzado. Um exemplo ocorreu na manhã desta quarta-feira, 05, quando operação policial no Complexo da Maré deixou 18 unidades de ensino na Maré sem aulas, por precaução, prejudicando cerca de 6 mil alunos.

O Sepe RJ e a categoria expressam o seu luto e pesar pelo ataque de hoje na Creche Cantinho Bom Pastor, de Blumenau, e se colocam solidários ao lado de toda a comunidade escolar da unidade educacional neste momento de grande luto e pesar.