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Problemas com investimentos do Rioprevidência travam transferências federais ao RJ
25 de novembro de 2025
Um problema com os demonstrativos do Rioprevidência após o escândalo das aplicações no Banco Master, que foi liquidado pelo Banco Central na semana passada, faz com que o governo do estado do Rio de Janeiro esteja irregular junto ao Ministério da Previdência (MP). O problema junto órgão federal faz com que o governo estadual fique impedido de receber transferências voluntárias da União e a suspensão destas faz com que o estado firme convênios com ministérios, peça a liberação de parcelas de programas federais e repasses, além de boquear operações de crédito que dependam de garantias do governo federal.
A denúncia é do repórter Gustavo Silva, da Coluno Guilherme Amado do portal Platô BR, site especializado em política. Segundo a matéria, a irregularidade do Rio de Janeiro para com o Ministério da Previdência aconteceu por causa da suspensão do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) do estado, depois que o Rioprevidência deixou de validar documentação obrigatória no contexto dos aportes bilionários feitos pelo fundo de pensão dos servidores estaduais do Rio de Janeiro. A reportagem lembra que os investimentos bilionários em fundos no Banco Master seriam uma desses aportes.
O Rioprevidência, prossegue o repórter, não teria assinado as declarações de investimento exigidas pelo Ministério da Previdência, o que impediu a validação dos demonstrativos de aplicações e investimentos dos recursos, fazendo o governo federal classificar o estado do Rio de Janeiro como irregular.
O Rioprevidência não assinou as declarações de investimento exigidas pelo Ministério da Previdência. Isso impediu a validação dos Demonstrativos das Aplicações e Investimentos dos Recursos (DAIR) e fez o governo federal classificar o estado como irregular. Sem os demonstrativos assinados e consistentes, o CRP, que venceu em 5 de outubro de 2025, não pôde ser renovado.
O Sepe continua acompanhando com preocupação o noticiário envolvendo as operações do Fundo de Pensão dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Rioprevidência), o qual fica com a saúde financeira a cada dia mais enfraquecida, a despeito das nossas mobilizações contra a má administração, gestão temerária dos nossos recursos e a ingerência do governador Cláudio Castro, que insiste em atacar o dinheiro do caixa do órgão por meio de desvios das verbas a ele destinadas, como no caso dos royalties do petróleo.
O Globo denuncia participação de Cláudio Castro e do Centrão na nomeação da direção do Rioprevidência
Para o sindicato, inclusive, é fundamental a realização de uma devassa nas contas do Rioprevidência e nas ligações políticas do governo estadual e os membros da direção do órgão, ligados ao partido União Brasil, que faz parte do Centrão no Congresso Nacional, e indicados por Castro poucos meses antes da autarquia aplicar, naquilo que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) chamou de “notável coincidência”, os aportes em letras financeiras do agora liquidado banco. As nomeações de três integrantes da direção do Rioprevidência, inclusive o seu presidente, aconteceram entre julho e outubro de 2023 e foram as seguintes:
Deivis Marcon Antunes, diretor-presidente; Eucherio Lerner Rodrigues, para a Diretoria de Investimentos; e o gerente de investimentos Pedro Pinheiro Guerra Leal. Os aportes no Master começaram no início de novembro daquele ano. Só Antunes e Leal continuam hoje na autarquia. E segundo o Jornal O Globo, em outra reportagem sobre o escândalo das aplicações do Fundo de Pensão, todas estas indicações partiram da liderança do União Brasil, partido da base de apoio do governador e foram endossadas por Cláudio Castro.
O documento do TCE descrito pelo Globo destaca ainda que a nomeação de Eucherio saiu no Diário Oficial do estado no dia 4 de outubro de 2023, mesma data em que o Master enviou um e-mail solicitando credenciamento junto ao Rioprevidência — medida necessária para que recebesse aportes do órgão público. E neste mesmo dia foi aberto um procedimento para analisar o pedido.
Ainda segundo a reportagem do Globo, o governador Cláudio Castro foi informado pelo TCE das supostas irregularidades nos investimentos antes da liquidação do Master. Em sua resposta ao jornal Castro diz que nomeou Antunes pelo “seu currículo e comprovada competência técnica”. Os outros dois são de “responsabilidade do Rioprevidência”. O comunicado ressalta que o nome do diretor-presidente foi aprovado pelo Conselho de Administração da autarquia, integrada por representantes do TCE, Tribunal de Justiça, Ministério Público e associação de servidores.
Ou seja, num futuro que não se apresenta como muito distante dados os escândalos, desvios de finalidade e falcatruas envolvendo o órgão, quando o Rioprevidência quebrar de uma vez os quase 250 mil aposentados e pensionistas do estado já sabem a porta onde tem que bater para cobrar o pagamento das suas aposentadorias e pensões: Rua Pinheiro Machado s/n – Laranjeiras. Mais conhecido por todos como Palácio Guanabara.
