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A Comissão de Servidores Públicos, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), realizou audiência pública nesta segunda-feira (10/11) para debater a reforma administrativa contida na Proposta de Emenda Constitucional 38/2025 (PEC 38/2025) e os impactos nos servidores no estado.

O encontro destacou que a PEC representa um ataque amplo ao serviço público, alterando 44 artigos da Constituição Federal. Parlamentares e entidades reforçaram a necessidade de mobilização dos servidores e da sociedade contra a proposta.

O deputado estadual Flavio Serafini (PSOL), presidente da Comissão, abriu o debate lembrando do arroxo salarial do servidor estadual, que não tem reajuste desde 2020, cuja situação ficará ainda pior, se essa PEC for aprovada: “Ela criaria uma norma constitucional que oficializa o arroxo, com a aplicação de um teto de gastos”, ele disse.

Ele propôs ao plenário e foi aprovada a criação de uma Frente Parlamentar Mista no Estado do Rio, com deputados em todos os níveis, para articular o combate à PEC. A orientação geral aprovada foi a de unificar a resistência em todos os níveis – sindical, movimentos sociais, mandatos parlamentares, entre outros.

Em seguida, a audiência foi aberta à fala dos convidados. Primeiro a falar, o professor da UFRJ e pesquisador da reforma administrativa, Gênesis Oliveira, detalhou a PEC e fez um histórico das reformas e atos administrativos que atingiram os servidores, ao longo da história recente.

A atual PEC, segundo Gênesis, tem como formato básico a criação de um teto de gastos que, na prática, vai estrangular o serviço público, especialmente em relação aos salários dos servidores, que irá sofrer arroxo e congelamento.

O teto de gastos proposto pela PEC 38/2025 limita o crescimento das despesas públicas dos entes federativos à inflação do ano anterior, com pequena margem de aumento (máximo de 2,5%) quando houver crescimento real de receita.

SEPE PROPÕE REUNIÃO URGENTE PARA ARTICULAR RESISTÊNCIA

Representando o Sepe na mesa, a coordenadora-geral do Sepe, Helenita Beserra, lembrou que diversos municípios do estado do Rio já vêm desmontando o serviço público, através da aprovação de leis que atingem diretamente o concurso público, a previdência social, entre outros.

Ela lembrou, também, da emergência da resistência dos servidores contra as reformas no estado do Rio, nos municípios e em Brasília contra a PEC. Ela propôs uma reunião com todas as entidades sindicais, mandatos parlamentares, entre outros, na próxima terça-feira, no dia 18, às 19h, na sede do sindicato, para articular a reação no estado contra a PEC.

Paulo Lindesay, da Associação dos Servidores do IBGE, alertou sobre o desmonte do Estado que a PEC propõe, com a iniciativa privada dominando quase totalmente o orçamento e sua implementação.

Ivanilda Oliveira, da FASUBRA, falou sobre a importância do serviço público principalmente para a população mais carente do país: “Essa PEC não quer melhorar o serviço público, mas abri-lo ainda mais para a iniciativa privada, com todos os males que isso traz”.

Vinicius Zanata, do FOSPERJ, lembrou que o estado que mais deu assinaturas de deputados em apoio à PEC foi o Rio, “isso sem falar do próprio relator, deputado Pedro Paulo”.

Marcos Soares, do ANDES, último convidado a falar, afirmou que a reforma ainda está em disputa, em relação ao que a população conhece da proposta. Não por coincidência, segundo ele, logo após o ato dos servidores em Brasília, 16 deputados retiraram suas assinaturas da PEC.

Em seguida às falas dos convidados, o debate foi aberto ao público.

Ao final da audiência, foi informado que a liminar que suspendia a lei 11010/2025, que retira a receita dos royalties do petróleo do Rioprevidencia, acaba de cair. O próprio desembargador relator do processo que havia concedido a liminar, a partir de uma ação de vários deputados da oposição ao governo Castro, voltou atrás. O Sepe irá informar aos profissionais de educação os próximos passos para luta contra essa lei, que coloca em risco a aposentadoria dos servidores estaduais.

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Aposentados, destaque-home, Estadual, Todas

Os deputados estaduais aliados do governo Cláudio Castro aprovaram, na tarde desta quarta-feira (22/10), na ALERJ, o substitutivo ao Projeto de Lei nº 6.035/2025. A proposta autoriza o governo do estado a retirar do Rioprevidência os recursos provenientes de royalties e participações especiais do petróleo para o pagamento da dívida pública do estado com a União. Atualmente, esses recursos são destinados ao Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio. Estima-se que cerca de R$ 5 bilhões possam ser retirados do Rioprevidência.

A oposição conseguiu aprovar uma emenda ao substitutivo, limitando a vigência da lei até 31 de dezembro de 2026.

O Sepe se posiciona contra a aprovação do projeto. Mesmo com a limitação conquistada pela oposição, o governador, na prática, terá permissão para esvaziar o cofre do Rioprevidência. O sindicato também pretende discutir com outras entidades de servidores a possibilidade de recorrer ao Judiciário contra a medida.

No entendimento do sindicato, o projeto aprovado hoje na ALERJ é um paliativo diante da desastrosa gestão do governo atual, que caminha para uma situação de falência, semelhante ao que ocorreu durante os governos Pezão e Cabral, quando servidores, aposentados e pensionistas sofreram com atrasos salariais e graves dificuldades financeiras.

Confira como votou cada deputado e guarde o nome de quem permitiu o saque no Rioprevidência

ATO PÚBLICO CONTRA O PL

Deputados da oposição destacaram, em suas falas no plenário, que a emenda foi uma tentativa de reduzir os prejuízos aos servidores, ao impedir um ataque permanente ao Rioprevidência e limitar a permissão do governo apenas até dezembro de 2026. Ainda assim, a oposição votou CONTRA o substitutivo, pois não concorda com o mérito do projeto, que mantém o Rioprevidência sob ameaça, mesmo que temporariamente. Os deputados também não descartam questionar a constitucionalidade do projeto junto ao Tribunal de Justiça. O texto foi aprovado com 48 votos a favor e 21 contrários.

Centenas de servidores ocuparam a entrada e a galeria da ALERJ para se manifestar contra o projeto. Foi realizado um ato público, com a participação dos profissionais da educação convocados pelo Sepe.

PARALISAÇÃO DIA 29/10 CONTRA A REFORMA ADMINISTRATIVA

O sindicato convoca uma paralisação de 24 horas dos profissionais da educação da rede estadual no dia 29 de outubro (quarta-feira), em protesto contra a reforma administrativa em tramitação no Congresso Nacional, que ataca direitos dos servidores públicos (PEC 32/2020).

No mesmo dia, o Sepe realizará um ato público em frente à ALERJ, às 14h, junto a outras categorias de servidores, e participará da Marcha Nacional contra a Reforma Administrativa, em Brasília, convocada pela CNTE, à qual o Sepe é filiado.

VEJA O VÍDEO DO ATO NA ALERJ

 
 
 
 
 
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O Sepe iniciará, a partir de segunda-feira (20/10), uma vigília contra o Projeto de Lei nº 6.035/2025, de autoria do governo do estado, que autoriza o Executivo a retirar quase R$ 5 bilhões da receita proveniente dos royalties do petróleo, atualmente destinados ao Rioprevidência. A direção do sindicato e militantes também farão um corpo a corpo nos gabinetes dos deputados, com o objetivo de convencê-los a não aprovar o PL.

A votação do PL 6.035/2025 está prevista para ocorrer entre terça e quinta-feira (21 a 23/10). Por isso, o Sepe alerta que a mobilização e a pressão dos servidores estaduais serão fundamentais para impedir que a bancada do governo aprove o projeto.

Na terça-feira passada (14/10), centenas de servidores de diversas áreas do estado protestaram em frente à ALERJ. Na ocasião, a Presidência informou que as mais de 100 emendas ao projeto feitas pelos deputados seriam discutidas antes dele ir a voto no plenário.

CALENDÁRIO DA VIGÍLIA

2ª feira (20/10): o Sepe está analisando o melhor horário;

3ª feira (22/10): a partir das 10h;

4ª feira (23/10): a partir das 10h.

Concentração na entrada principal da ALERJ.

O GLOBO DENUNCIA GESTÃO TEMERÁRIA DO RIOPREVIDÊNCIA

O Globo fez matéria nesta sexta-feira sobre o Rioprevidência; segundo o jornal, “o fundo que gere os recursos que pagam aposentadorias e pensões de mais de 235 mil servidores públicos estaduais, investiu nos últimos meses cerca de R$ 1 bilhão em aplicações do Banco Master. Os aportes foram feitos mesmo após alertas do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ) e em meio à crise envolvendo a instituição financeira”.

A matéria continua: “Em maio, após encontrar ‘graves irregularidades’ nas aplicações, o TCE fez um alerta aos gestores do fundo de pensão, informando que novas operações resultariam ‘na integral assunção do risco de possíveis irregularidades pelo Rioprevidência e por seus agentes, pessoalmente’”.

O jornal afirma também que: “Apesar (do alerta), técnicos do tribunal constataram que, entre maio e julho, cerca de R$ 1 bilhão foi aportado no Banco Master. A análise observou que há uma ‘concentração crítica’ do patrimônio do Rioprevidência no Master, com R$ 2,6 bilhões, mais de 25% do fundo, ‘expostos a títulos emitidos ou fundos administrados pela instituição financeira’”.

O Globo citou uma fala da relatora do caso no TCE, conselheira Mariana Montebello Willeman: “os novos aportes apontam para um ‘agravamento do cenário e irregularidades’ e evidenciam ‘uma gestão possivelmente irresponsável dos recursos’”.

O TCE continua a investigação sobre a gestão temerária no banco.

A matéria pode ser lida aqui (somente assinantes).

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Aposentados, destaque-home, Estadual, Todas

Centenas de servidores estaduais realizaram, a partir das 15h, um ato público em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em protesto contra o Projeto de Lei nº 6.035/2025, de autoria do governo do estado. A proposta autoriza o Executivo a retirar quase R$ 5 bilhões da receita proveniente dos royalties do petróleo, atualmente destinados ao Rioprevidência — autarquia responsável pela previdência social dos servidores aposentados e pensionistas.

O Sepe convoca os profissionais da educação a ficarem atentos às próximas mobilizações, às visitas aos gabinetes parlamentares e ao dia da votação do PL, quando será realizada uma vigília dos servidores na Alerj em defesa da previdência pública estadual. Com isso, a categoria deve ficar em estado permanente de alerta para a data da votação do PL.

MUITOS SERVIDORES EM FRENTE À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

O protesto em frente à ALERJ contou com forte participação dos profissionais da educação, convocados pelo Sepe-RJ, além de servidores de outros setores, como Segurança Pública, Saúde e UERJ.

Comissões formadas por diretores e militantes do Sepe visitaram os gabinetes dos parlamentares e acompanharam os debates no plenário. Segundo alguns deputados, caso o projeto seja aprovado, deverá ser alvo de ações judiciais por inconstitucionalidade, com o apoio do Sepe e de outras entidades representativas do funcionalismo.

Durante a sessão, a Presidência da Alerj anunciou que mais de 100 emendas parlamentares foram apresentadas ao PL. As propostas serão analisadas pelas comissões da Casa antes de seguirem para votação em plenário. Ainda não há data definida para a votação final, mas o Sepe orienta a categoria e os demais servidores a manterem a mobilização e participarem das visitas que o sindicato fará aos deputados, pressionando pelo arquivamento do projeto, que ameaça as aposentadorias e pensões do funcionalismo estadual.

O Rioprevidência foi criado para garantir o pagamento de aposentados e pensionistas, e não para servir de “salva-vidas” das finanças dos governos que levaram o Tesouro estadual à falência e agora tentam raspar os cofres da previdência.

Os royalties do petróleo são hoje uma fonte essencial para o equilíbrio financeiro do sistema previdenciário estadual: o Rioprevidência arrecada apenas um terço do necessário para manter seus compromissos anuais, e depende desses recursos para assegurar o pagamento em dia de aposentados e pensionistas.

Vamos manter a pressão e ficar atentos à convocação do Sepe para as nossas próximas ações.

 

 

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Na audiência pública realizada no dia 02 de outubro pela Comissão de Servidores da Assembleia Legislativa (ALERJ) para discutir os graves problemas do RioPrevidência (RP), os deputados estaduais Flávio Serafini (PSOL) e Luiz Paulo (PSD), presidente e vice, da comissão, informaram que o projeto de lei 6035/2025 foi aprovado em todas as comissões da ALERJ e poderá entrar em pauta de votação a partir da próxima semana – o projeto autoriza o governo do Estado a utilizar recursos de royalties e participações especiais, atualmente destinados exclusivamente ao Fundo Único de Previdência Social (Rioprevidência), para pagamento da dívida com a União.

O Sepe convoca os profissionais da educação estadual a se mobilizarem contra a aprovação deste PL. O sindicato, em conjunto com as demais entidades de servidores, irá preparar a resistência a esse grave ataque à previdência estadual. O RioPrevidência é uma autarquia criada para pagar os aposentados e pensionistas e não para servir de “salva vidas” das finanças dos sucessivos governos que provocaram a falência do Tesouro estadual e agora querem raspar o cofre do órgão responsável pelas nossas aposentadorias.

Os repasses provenientes dos royalties do petróleo são, atualmente, uma garantia do pagamento em dia de aposentados e pensionistas do estado – a previdência estadual depende desses recursos: o RP arrecada apenas um terço do que precisa, anualmente, para manter o equilíbrio financeiro. Por isso, a receita dos royalties é fundamental.

Os deputados alertaram que, se o PL 6035/2025 for aprovado, isso poderá significar uma ameaça ao pagamento das aposentadorias e pensões e até mesmo o aumento do desconto previdenciário dos aposentados e servidores da ativa, em uma tentativa de tapar o “buraco financeiro” que será criado. Ou seja, estamos diante da possibilidade de ocorrência de mais uma reforma da previdência imposta aos servidores públicos estaduais. Mas não podemos permitir que os servidores tenham que pagar a conta pelos desatinos administrativos do governo de Claudio Castro e dos governos que o antecederam. Por isso, o alerta do Sepe para que os profissionais de educação se preparem para acompanhar a tramitação desse PL e pressionar os deputados a votarem contra sua aprovação.

Nesse momento, é importante que a categoria envie mensagens para os deputados, para que não mexam no RioPrevidência e arquivem o PL 6035/2025 – clique para acessar os contatos dos parlamentares.

Não vamos aceitar que os aposentados, aposentadas e pensionistas tenham que receber cestas básicas para sobreviverem, como nos malfadados governos Cabral e Pezão.

GESTÃO TEMERÁRIA

A audiência pública foi realizada em um auditório lotado de servidores da Assembleia e teve as presenças de representantes da Secretaria de Fazenda, Planejamento, do RioPrevidência e do TCE na mesa do debate. Uma delegação do Coletivo de Aposentadas e Aposentados do Sepe esteve presente na plenária e a diretora do Sepe Central, Beatriz Lugão, representou o sindicato na mesa.

Os deputados Serafini e Luiz Paulo abriram a reunião, denunciando a gestão temerária do RP. Eles lembraram que, em 2024, o Executivo retirou do Rioprevidência, por meio de decreto, quase R$ 5 bilhões. Esse ato autoritário e temerário interrompeu uma “poupança” que, segundo os parlamentares, pela primeira vez na história a autarquia vinha fazendo para garantir a estabilidade nas suas próprias contas.

Outro exemplo de gestão temerária foi lembrado na audiência: o escândalo do Banco Master, uma instituição financeira de baixo porte que recebeu, nos últimos anos, mais de R$ 1 bi do RP para uma suposta aplicação em investimentos diversos. O Master foi investigado em uma CPI da ALERJ que concluiu que o banco vivia e vive uma crise profunda e seria um investimento de risco colocar o dinheiro dos aposentados nele; mas o relatório final foi arquivado em 2023.

A mesa também discutiu a proposta de orçamento do governo do Estado para 2026, que chegou à ALERJ prevendo um déficit de R$ 19 bilhões – segundo os parlamentares, um rombo maior que aquele previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que era de R$ 15,6 bilhões.

Já o auditor do TCE, Ari de Paiva Fortes, disse que a situação é “preocupante”. Ele afirmou que a previdência tem que ser enfrentada como uma política pública de estado e não como apenas um pagamento salarial, um plano de carreira. Sobre o Banco Master, ele informou que já há uma representação sendo analisada por uma conselheira do TCE, denunciando a grave situação da previdência.

Por sua vez, os representantes do RP, Planejamento e da Fazenda informaram que 27% da folha do estado são referentes ao pagamento dos vencimentos dos aposentados; o total da folha é de R$ 27,6 bi por ano, sendo que 70% da arrecadação vem dos royalties.

Falaram também os representantes sindicais, com foco na resistência contra o PL 6035/2025: Vinicius Zanata (Fosperj), Amanda Moreira (UERJ/Andes) e a diretora do Sepe, Beatriz Lugão. A diretora do Sepe denunciou a política de terceirização do governo que vem sendo aplicada em larga escala, em detrimento de concurso público. Essa política retira recursos da previdência, já que os terceirizados não descontam para o órgão. Ao final, ela denunciou o genocídio do povo palestino e a prisão de ativistas da Flotilha Global pela Liberdade pelas forças armadas do Estado de Israel. A flotilha é formada por mais de 40 barcos, que levavam comida e remédios para Gaza. Beatriz informou ao plenário que um dos ativistas presos é o ex-diretor do Sepe, Nico Calabrese.

Ao final, o debate foi aberto às intervenções do plenário, momento em que a também diretora do Sepe Central, Maria da Penha, afirmou que a categoria irá se mobilizar contra o PL 6035/2025; falou também o aposentado estadual da educação e ativista em São João de Meriti, Luis Carlos.

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O Sepe RJ vem a público expressar o repúdio dos profissionais de educação das redes públicas do Rio de Janeiro contra o Projeto de Lei 6091/2025, de autoria do deputado estadual Renan Jordy (PL-RJ), apresentado na Alerj, que tem por objetivo “regular” as vestimentas dos professores no trabalho. O sindicato entende que a proposta do deputado, de caráter moralista e autoritário, é mais uma prova do avanço da chamada pauta de costumes das bancadas parlamentares de direta nos legislativos estaduais e no Congresso nacional, o qual visa desviar o foco dos verdadeiros problemas da sociedade brasileira e da educação em particular, tais como: falta de valorização profissional da categoria, baixos salários e péssimas condições de trabalho.

Recentemente, os educadores foram atacados nas redes sociais pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), com uma fake news que atentava de forma descarada e mentirosa contra o comportamento de professores em sala de aula. Também se tornaram comuns os ataques aos educadores e seu direito de cátedra e liberdade de expressão no seu trabalho diário nas escolas, sob a forma dos famigerados projetos intitulados “Escola sem Partido”, numa tentativa de calar a voz dos docentes. O sindicato entende que tais ataques contribuem para o aumento da violência que a categoria sofre no cotidiano das escolas, inclusive da parte de responsáveis dos alunos.

No caso do estado do Rio de Janeiro, hoje, muitos dos profissionais sofrem com o adoecimento profissional provocado pela sobrecarga de trabalho e da falta de condições de trabalho.  Muitos funcionários, como porteiros, merendeiras e serventes da rede estadual de educação recebem vencimento menos do que o salário mínimo, infração que fere as leis trabalhistas e a Constituição Federal. O panorama de arrocho e de falta de condições nas redes municipais é o mesmo.

No estado, até hoje, a categoria espera que o governador Cláudio Castro cumpra o acordo feito com os deputados da Alerj em 2021 de pagamento de uma recomposição salarial de 26% (referente às perdas entre os anos de 2017 e 2021), em três parcelas a serem pagas em 2022, 2023 e 2024. Destas parcelas, Castro só pagou a primeira: 13,5% em fevereiro de 2022 e “esqueceu” as duas restantes. Os alunos das 1.281 escolas estaduais (mais de 600 mil) sofrem com a falta de professores e funcionários nas escolas e o governo não abre concurso público para suprir as carências.

Com o verão se aproximando e as consequentes ondas de calor cada vez mais frequentes por conta das mudanças climáticas, muitas escolas estaduais não possuem climatização, obrigando professores, funcionários e estudantes a enfrentar temperaturas superiores aos 40 graus nas unidades escolares.

Enquanto os educadores sofrem com a falta de políticas públicas para garantir uma Educação Pública, gratuita e de qualidade, os parlamentares desfrutam de privilégios e nada ou pouco fazem para melhorar a situação dos educadores e estudantes. Pior ainda, movidos pelo pensamento retrógrado, arbitrário e medieval resolvem atacar a dignidade da categoria, com projetos como o PL do deputado Renan Jordy, que se arroga no direito de controlar o que a categoria deve vestir. Ao nosso ver, a imposição de códigos de vestimenta, assim como espalhar fake news e alimentar as redes de ódio na internet, não melhoram o aprendizado, apenas restringem a autonomia, reforça estereótipos e silencia a diversidade.

O que garante uma educação de qualidade não é a roupa que o professor ou o funcionário veste, mas sim a valorização da sua prática pedagógica, o respeito à sua liberdade e condições adequadas de trabalho.

Por conta do acima exposto, achamos que os deputados da Alerj deveriam estar mais preocupados em solucionar os graves problemas das escolas estaduais, ao invés de surgirem com propostas descabidas com esta de proibição de trajes que coloquem o corpo em evidência ou chamem atenção para a sexualidade do docente, seja lá o que isso significa.

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Na tarde desta quinta-feira (07/08), a Comissão de Servidores Públicos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), presidida pelo deputado estadual Flavio Serafini (PSOL), realizou uma audiência pública para debater a situação dos servidores da extinta FAEP (Fundação de Apoio à Escola Pública), que reivindicam a migração para a FAETEC (Fundação de Apoio à Escola Técnica) desde os anos 1990.

Durante o debate, o subsecretário executivo da SEEDUC, Windson Maciel, anunciou que, a partir de setembro, nenhum servidor ex-FAEP lotado na SEEDUC receberá menos que um salário mínimo. Além disso, informou que também no pagamento de setembro os valores dos triênios e gratificações serão atualizados conforme os vencimentos.

A SEEDUC também informou que criou uma nomenclatura específica para identificar esses servidores; no caso, a volta do nome “CIEP” à nomenclatura do cargo. Esse passo tem como objetivo uma futura adequação dos cargos ao plano de carreira da FAETEC e o alinhamento com o orçamento estadual de 2026 (Lei Orçamentária Anual – LOA).

Também foi destacado que o governo do estado terá que aderir ao PROPAG (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados), ajuste fiscal proposto pelo governo federal. Como o programa exige investimentos em educação técnica de nível médio, a migração dos servidores ex-FAEP pode ser incluída nesse processo.

A coordenadoras gerais do Sepe, Helenita Beserra e Rosilene Almeida da Silva, participaram da mesa da audiência e reafirmaram o apoio à histórica reivindicação dos servidores: a migração para a FAETEC, com garantia de isonomia salarial e inclusão no plano de carreira da fundação, incluindo a retroatividade dos pagamentos devidos.

A luta destes servidores é legítima e o atendimento da sua reivindicação pela migração (tanto dos ativos como dos aposentados) é uma questão de reparação de uma injustiça, que provocou ao longo desses anos todos um sério prejuízo para os servidores: ao entrar nos quadros da Fundação, eles recebiam em torno de 3,5 salários. Atualmente, os vencimentos deste segmento da categoria são menores do que o salário mínimo.

Presentes também à audiência, fazendo parte da mesa de condução da reunião, os deputados estaduais Luis Paulo (PSDB), vice-presidente da Comissão, e Josemar (PSOL), que inclusive foi servidor da FAEP; além de Alexandre Valle Cardoso, presidente da FAETEC, e Claudia Oliveira, servidora concursada da extinta FAEP.

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ENTENDA MAIS SOBRE A SITUAÇÃO

Os funcionários ativos e aposentados ex-FAEP ingressaram no órgão extinto através de concurso público realizado em 1993 e, por um erro da administração estadual, houve a transferência deles para a SEEDUC como se fossem funcionários da Secretaria Extraordinária de Programas Especiais.

Com a transferência em 1995, esses servidores tiveram seus salários reduzidos e igualados aos funcionários da SEEDUC. O nome “CIEP”, unidades para as quais eles prestaram concurso para trabalhar, foi retirado da nomenclatura do cargo, o que provocou a perda da identidade deles com o concurso prestado em 1993, desrespeitando o edital do processo seletivo em que foram aprovados e o artigo 37 da Constituição Federal de 1988, que garantem a legitimidade do concurso público.

Assim, após a extinção da FAEP e a reestruturação do órgão, que em 1997 passou a se chamar FAETEC, parte dos aprovados, cerca de 4 mil, foi incorporada de forma provisória pela SEEDUC, mas nunca teve cargos e salários devidamente regularizados e equiparados com os servidores da Faetec.

Quando a SEEDUC foi convocada para cumprir com suas obrigações e regulamentar a vida funcional dos ex-FAEP foi descoberto que, após mais de três décadas, eles não se encontram enquadrados no órgão e que, na prática, não estão nos quadros de nenhuma outra secretaria.

A FAETEC, por sua vez, está se negando a aceitar esses servidores de volta. Esquecendo que eles são os primeiros concursados da FAEP, o órgão que, mais tarde, foi extinto para vir a denominar-se FAETEC.

No final de 2022, a ALERJ aprovou o Projeto de Lei 6.141/2022 que abriu a opção dos servidores para migrarem para os quadros da FAETEC. O PL, no entanto, foi vetado pelo governador Cláudio Castro.

Após muita pressão do Sepe e dos servidores, em abril de 2023, a SEEDUC anunciou a criação do Grupo de Trabalho, com a participação do Sepe e dos principais órgãos estaduais envolvidos na situação, para elaborar um estudo técnico sobre a viabilidade e instrumentalização da migração desses servidores.

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Dezenas de funcionários da extinta Fundação de Apoio à Escola Pública (FAEP) realizaram um ato em frente à ALERJ, nesta quarta (dia 12/03), para reivindicar dos parlamentares apoio para a sua migração da SEEDUC para os quadros da FAETEC. Hoje, estes funcionários recebem um salário abaixo do mínimo e a luta é para que eles possam migrar e, assim, se enquadrar no plano de carreira da fundação com salários superiores aos que eles ganham atualmente.

Os deputados Flávio Serafini e Professor Josemar (PSOL) e Elika Takimoto (PT) estiveram presentes e deram apoio à luta dos funcionários Ex-FAEP, que reivindicam do Legislativo e Executivo um projeto para resolver a situação e fazer justiça à categoria.

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Homem observa em um painel de sistema de controle de vídeo, várias telas, com cenas de sala da aulaO Sepe RJ vem a público expressar repúdio e estranhamento a respeito da tramitação na Alerj do Projeto de Lei 3750/2024, de autoria do deputado estadual Carlinhos do BNH (PP), que propõe a instalação de câmeras e dispositivos de áudio nas escolas e universidades públicas estaduais. O projeto também quer que os professores usem câmeras corporais semelhantes ao modelo que já é utilizado por policiais militares. A iniciativa conta com o apoio de parlamentares de diferentes partidos, como o PL, União, Podemos, PP, PMB e Patriotas, como noticiado pelo Jornal O Globo.

Para o sindicato, a proposta não resiste a um exame mais demorado por parte da sociedade, já que ele, de princípio, viola o direito de cátedra dos professores, sua privacidade e a dos alunos e a independência dos docentes a respeito dos conteúdos ministrados em sala de aula. Os motivos apresentados pelo deputado, que dizem respeito ao aumento dos índices de violência nas escolas, como casos de bullying, assédio, agressões e atentados, escondem uma clara e repetida tentativa de políticos de matiz conservadora e de extrema direita de controlar o trabalho dos profissionais e de retomada dos princípios de projetos altamente antidemocráticos como o famigerado “Escola sem Partido”.

Não é à toa que o PL do deputado Carlinhos do BNH tem o apoio de deputados como Alan Lopes (PL), Pedro Ricardo (PP), Filipe Soares (União Brasil), e outros representantes dos partidos ligados ao conservadorismo ou à extrema direita. É sempre bom lembrar que Alan Lopes, atual presidente da Comissão de Educação da Alerj, tem uma atuação marcada pela perseguição política contra profissionais da rede estadual, que redundam em inquéritos administrativos e postagens de cunho extremista nas redes sociais. Com a instalação das câmeras, a SEEDUC também vai poder ampliar o espectro repressivo que já vem adotando nas escolas com mais sindicâncias políticas e perseguição contra a categoria.  

Outro ponto que demonstra o conteúdo arbitrário da iniciativa é o fato de que os profissionais de educação ou as suas entidades representativas não terem sido convocados para discutirem ou participarem da construção do projeto. De acordo com o texto, os dispositivos seriam integrados ao sistema de comunicação central da SEEDUC e todas as gravações arquivadas por um período mínimo de 60 dias, podendo ser prorrogado quando forem registrados atos mais graves de violência. Os recursos para a implantação do projeto seriam oriundos do Fundo Estadual de Investimentos e Ações de Segurança Pública.

Para o Sepe RJ, num momento em que a educação pública estadual passa por uma grave crise, com falta de profissionais nas escolas, péssimas condições de trabalho e ameaças à vida de profissionais e alunos por causa de operações policiais sem qualquer planejamento, seria muito mais importante que os parlamentares e o governo estadual se voltassem para a implementação de políticas públicas que garantissem mais verbas e valorização para melhorar o desempenho dos alunos.

Em um tempo de desempenho pífio do estado do Rio de Janeiro nas avaliações do Ministério da Educação sobre a Educação, o PL 3750/24 é um verdadeiro desperdício de tempo e de dinheiro público, o qual poderia ser muito bem mais utilizado na melhoria das escolas ao invés de ser gasto com vigilância e falta de democracia que não resolveram os sérios problemas de aumento de violência dentro das nossas salas de aula.

 

Leia o relatório do Sepe sobre a violências contra educadores no Rio de Janeiro

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O jornal Estado de São Paulo publicou uma notícia, mostrando que a  Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) gastou meio bilhão de reais em pagamentos de bolsa de reforço escolar, um auxílio educação, para filhos de servidores efetivos e assessores parlamentares de deputados estaduais nos últimos sete anos.

O penduricalho é questionado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) por ferir o princípio da igualdade, legalidade e impessoalidade. Enquanto o privilégio é mantido, sem julgamento na Corte, o Legislativo fluminense despende cerca de R$ 7 milhões mensais com o benefício, considerado inconstitucional pela PGR.

Num momento de crise econômica e contenção de despesas para a valorização do conjunto dos servidores municipais, causa revolta os gastos do Legislativo estadual com ajuda de custo e vantagens para os seus servidores, enquanto o funcionalismo estadual pena com a falta de reajuste salarial e valorização sob a alegação de que o estado não pode gastar por conta do Regime de Recuperação Fiscal.

Leia a reportagem do Estado de S. Paulo

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