Nesta quinta-feira (24/10) o Sepe participou do Dia Nacional de Mobilização e Luta contra a PEC 66/2023 e os confiscos previdenciários, convocado por diversas entidades nacionais, como a CNTE, à qual o sindicato é filiado.
O ato no Rio de Janeiro aconteceu na parte da manhã, em frente à Assembleia Legislativa. Com a participação de aposentados(as) e servidores da ativa, a categoria defendeu que o STF derrube o confisco das aposentadorias e pensões, parte da EC 103/2019. Antes da reforma, essa cobrança previdenciária aos aposentados e pensionistas só era aplicada em quem recebia acima do teto do INSS, hoje em R$ 7.786,02. Com a reforma da Previdência, no governo Jair Bolsonaro, o desconto foi estendido, retirando ainda mais a dignidade de quem trabalhou e contribuiu por toda a vida.
O ato teve a participação dos deputados estaduais Flavio Serafini e Professor Josemar.
Leia as reivindicações:
– Contra o confisco nas aposentadorias, criado pela reforma da previdência de 2019;
– Contra o Decreto de Claúdio Castro que rouba verbas do RioPrevidência;
– Em defesa do orçamento para o Piso nas carreiras dos profissionais da educação;
A Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Municipal e a Comissão de Trabalho da Câmara de Vereadores do município do Rio de Janeiro, respectivamente presididas pelos vereadores Paulo Pinheiro e Siri (Psol), realizaram nesta quinta-feira (01/08) debate sobre a previdência dos servidores municipais, a Previ-Rio, com a participação da direção do Sepe.
O debate, presidido por Pinheiro e Siri, teve a presença de componentes do mandato da vereadora Luciana Boiteux, em apoio à Frente. O evento foi iniciado com uma análise da socióloga do Sepe-Dieese, Carolina Gagliano, sobre os profundos ataques que a Previdência vem sofrendo da parte dos opositores neoliberais ao sistema previdenciário coletivo, que prevê um regime de solidariedade entre os servidores ativos e aposentados. Ataques esses não só restritos à capital fluminense, mas a todo o sistema de previdência nacional.
Pinheiro, em seguida, denunciou que o número de servidores municipais da ativa que descontam para a Previ-Rio vem caindo desde a primeira gestão do atual prefeito Eduardo Paes, causando enorme desequilíbrio nas contas do instituto.
Depois, falou o assessor técnico do Gabinete do vereador Paulo Pinheiro, Mauro Bandeira de Mello. Ele lembrou os trabalhos da CPI da Previ-Rio, criada em 2017, ainda na gestão do ex-prefeito Crivella, e denunciou principalmente a falta de transparência dos gestores ao longo das administrações. Ele também lembrou que as conclusões da CPI não foram encaminhadas pela Câmara junto ao MP e demais órgãos fiscalizadores.
Neste momento, Siri lembrou do aumento da contribuição previdenciária que o atual prefeito aprovou na Câmara, de 11% para 14% – isso em plena pandemia da COVID e com os servidores sem reajuste salarial. Esse aumento da alíquota teve como consequência direta o aumento do arrocho salarial para os funcionários municipais.
Thaís Ingrid, conselheira eleita para o Conselho da Previ-Rio (CAD) e integrante do Movimento Unificado dos Servidores Municipais, também alertou sobre a gravidade da atual situação financeira do instituto. Ela lembrou que o rombo do instituto vem aumentando a cada ano; além disso, a terceirização de funcionários vem sendo encaminhada a todo vapor pelo atual prefeito, retirando ainda mais receita da Previ-Rio. Ela pediu que os servidores ajudem a fortalecer a Frente Parlamentar, em defesa da Previdência municipal.
Izabel Costa, conselheira do CAD e ex-coordenadora-geral do Sepe, parabenizou os vereadores pela iniciativa de criar a Frente. Ela propôs que a discussão sobre a Previ-Rio seja feita por toda a sociedade carioca, dado o risco que a instituição está correndo. A sua eventual falência seria, dessa forma, um desastre para a cidade. Ela também reforçou o grave problema do desequilíbrio entre o número de aposentados e ativos: em 2023, 48% dos servidores estavam na ativa; em contrapartida, existiam 52% de aposentados, o que vem causando um déficit crescente, já que o sistema, para ter saúde financeira, precisa funcionar em uma relação de 1 x 1 entre funcionários da ativa e aposentados.
A diretora da Secretaria de Aposentadas(os) do Sepe, professora Graciete Nunes, foi a última a falar pela mesa do evento. Ela lembrou que, em junho, o Sepe entregou aos vereadores uma carta denunciando a situação da Previ-Rio e o risco que as aposentadas e aposentados vêm correndo em sua sobrevivência. Ela criticou a prefeitura por implementar uma política de gratificações salariais e contratar terceirizados na Educação municipal, setor com o maior número de servidores da cidade, diminuindo, com isso, ainda mais a receita da Previ-Rio. Ela convocou os servidores municipais a apoiarem os trabalhos da Frente.
Após as falas dos componentes da mesa, foi aberto o debate com o plenário, quando falou a diretora da Secretaria de Aposentados do Sepe, professora Eliana Cunha. Ela registrou o importante fato que foi a reunião do Sepe este ano com o ministro da Previdência do governo Lula, Carlos Lupi. Na reunião com o ministro, o Sepe alertou sobre o grave momento da Previ-Rio e do Rio-Previdência dos servidores do Estado. Lupi se comprometeu a criar um Grupo de Trabalho para discutir a Previdência no Rio de Janeiro.
Nesta terça-feira, dia 04 de junho, o Coletivo de Aposentadas(os) da Capital realizou uma manifestação nas escadarias da Câmara Municipal carioca (foto), em defesa da Previ-Rio. A direção do Sepe e militantes do coletivo também visitaram os gabinetes dos parlamentares e entregaram a carta-manifesto, além de divulgarem a campanha: “Tirem as mãos da nossa Previdência”.
A próxima plenária do Coletivo da Capital será no dia 02/07, às 14h, no Sepe.
A Secretaria de Aposentados de Sepe realiza na próxima terça-feira (dia 14 de maio) uma plenária do Coletivo Estadual de Aposentadas(os). A reunião será em formato híbrido, com início marcada para as 10h. A parte presencial será no auditório do Sepe (Av. Evaristo da Veiga, 55, 7 andar, Centro, Rio de Janeiro).
A reunião terá a presença do advogado Leonardo Nicolau Passos Marinho, do Departamento Jurídico do Sepe, com a palestra: “Previdência social do servidor público: panorama geral no Brasil”
No dia 10 de abril, a direção do Sepe-RJ, através da Secretaria de Aposentadas(os), foi recebida em audiência no Ministério da Previdência Social pelo Ministro Carlos Lupi, com a presença do deputado federal Tarcísio Motta e da representante do DIEESE, Mariel Angeli, em Brasília, além do secretário de Regime Próprio e Complementar, Paulo Roberto dos Santos Pinto.
Durante a audiência foram apresentados relatos sobre o desmonte do Regime Próprio da Previdência Social do Estado e do município do Rio de Janeiro, de acordo com o relatório da CPI da Previdência – dados que, infelizmente, não são diferentes dos demais municípios fluminenses, gerando insegurança aos atuais aposentados bem como ao futuro das aposentadorias dos que hoje estão em atividade.
Na ocasião foi apresentada a pauta de revogação das reformas da Previdência desde 2003 cujos impactos negativos foram destacados.
Outro ponto apresentado foi o dos servidores cujos pisos estão abaixo do salário mínimo só alcançado através de complementação e serão enviados ao Ministério cópias de contracheques que comprovam essa irresponsabilidade.
O DIEESE apresentou o seguinte dado sobre o regime do Estado: “Dados da Rio Previdência indicavam, em 2022, no plano que agrega os servidores que entraram até 2013, um total de 106.900 ativos para 188.000 aposentados, o que gera uma relação de 0,57 ativo por aposentado, e um regime com déficit financeiro e atuarial”.
Já sobre o PreviRio, o DIEESE alertou: “No caso do regime próprio de previdência da cidade do Rio de Janeiro, temos uma situação preocupante, uma vez que em meados de 2020 houve uma inversão na relação entre ativos e aposentados, com os aposentados e pensionistas passando a representar um contingente maior do que o de trabalhadores ativos”.
Também foi informado que, tanto nos regimes estadual como nos regimes próprios da capital e demais cidades fluminenses, houve aumento das alíquotas pagas pelos servidores, chegando a 14% da remuneração.
A partir desta audiência ficou consignado a criação de uma agenda de encontros – inicialmente remotos, presenciais quando necessários – para dar continuidade ao debate sobre o desmonte do Regime Próprio de Previdência Social no Rio de Janeiro e municípios do estado a fim de construir alternativas viáveis para reverter a atual situação dos regimes de Previdência a partir das evidências de como têm sido tratados pelos gestores públicos.
O Sepe RJ se manterá firme na luta em prol dos aposentados e futuros aposentados do Estado do Rio de Janeiro.