Só a categoria em luta é capaz de arrancar vitórias – lutar sempre vale a pena! Essa é a consigna que deverá ser estampada em cada uma das escolas do Rio de Janeiro e do Brasil. Lutar, sempre vale a pena!
Há cinco anos, companheiros da base do Sepe-RJ propuseram a criação de um Grupo de Trabalho contra a implementação do Novo Ensino Médio na Rede Estadual. Há cinco anos acumulamos estudos e intervenções construídas e consolidadas por quem vive o chão de cada escola. Companheiras e companheiros incansáveis e persistentes, que aglutinaram, com o tempo, a contribuição do movimento estudantil, de entidades classistas diversas, intelectuais e associações. Tecemos uma rede de apoio e mobilização que nos foi um pilar.
Acumulamos a compreensão de que a pauta por uma nova matriz curricular se referia a um debate pedagógico, mas também econômico e no campo do direito em geral, visto que a matriz implementada, na prática, gerava aos profissionais de educação mais-trabalho e pesquisas para planejamento, e a todos os segmentos das escolas a perda efetiva dos direitos de ensinar e aprender.
Não desistimos da luta contra o NEM, e mesmo diante da Reforma da Reforma, mantivemos e manteremos a nossa posição: o NEM precisa ser revogado, tanto quanto a BNCC e BNC da formação docente. São ataques profundos à educação pública porque esvaziam a escola de conteúdo histórico e cientificamente acumulado, esvaziam a escola de sentido para toda a comunidade escolar, abrem as porteiras para a privatização da educação pública e ideologização dos currículos de acordo com as perspectivas de mercado, e precarizam o trabalho docente. Ainda há muita luta a ser travada, e dela não fugiremos faça chuva ou faça sol.
Entretanto, em meio a uma maré intensiva de retirada de direitos, em meio a um primeiro posicionamento da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ) pela manutenção da grade curricular excludente e injusta aos jovens estudantes da Rede Estadual, mais de 80% da juventude deste Estado, este GT, que expressa muito bem a importância da participação ativa da base junto à direção do sindicato, considera uma conquista importante a recém divulgada matriz curricular transitória da Secretaria para o ano de 2025 – leia a publicação da matriz curricular no DO de 30/12.
Uma conquista porque a mudança curricular era urgente e viável. Uma conquista porque era pauta do nosso último movimento de greve (2023). Uma conquista porque muitas disciplinas retornaram para todos os anos do ensino médio. Uma conquista porque “Projeto de Vida” deixará de ser disciplina obrigatória. E porque compreendemos que esta mudança só aconteceu uma vez que a pautamos, incansavelmente, mesmo no apagar das luzes de 2024.
Muito caminho ainda há pela frente, companheiras! Estamos dando aula para todo o país! Mas a luta por todas as disciplinas científicas da formação geral básica com pelo menos dois tempos em todos os anos, seguirá. Filosofia, Sociologia, Artes e Espanhol seguem prejudicadas com a matriz atualizada. A quem interessar possa, comunicamos que não desistiremos e convocamos para que se juntem ativamente à luta por uma escola pedagogicamente e cientificamente melhor embasada, mais democrática e construída a partir das demandas do nosso povo.
Lutar vale a pena. Sempre! E nem toda conquista nos é imediata. A lição que tiramos desta experiência diz respeito à relevância da persistência e paciência para que a esperança não fuja à nossa profissão. Organizarmos e mobilizarmos sempre, a todas e todos nossos companheiros de escola, na defesa de nossas justas reivindicações. Consolidarmos a unidade com princípios classistas entre nós. Lutar em coletivo vale a pena!
Agora é reforçar as fileiras rumo à implementação do direito ao piso salarial aplicado ao nosso plano de carreira e ao piso para os funcionários dos colégios da Rede Estadual. Venceremos!
Leia o manifesto em defesa de uma grade curricular justa.
Por todas as treze disciplinas científicas da formação geral básica com dois tempos, no mínimo, em todas as séries do ensino médio já em 2025!
Atualmente, várias disciplinas da formação geral foram retiradas do currículo oficial de formação básica do Ensino Médio no Estado do Rio de Janeiro, tendo sido substituídas, sem nenhuma discussão real com as comunidades escolares, por disciplinas de conteúdos totalmente superficiais e alheios ao critério de acúmulo e abordagem científica. Como consequência disso, profissionais e estudantes vêm sendo obrigados a aceitar a oferta de turmas sem as disciplinas de história, geografia, filosofia, sociologia, artes, biologia, física e química ao longo do ensino médio, em especial na terceira série de formação, quando a maioria das disciplinas mencionadas simplesmente desaparece do quadro de horários.
Enquanto isso, colégios particulares renomados e escolas federais as mantêm em suas grades curriculares. Estudantes pauperizados, em sua maioria pretos e pardos, têm sido desestimulados a ingressar na universidade ou mesmo a acessar o estudo técnico-científico. Os professores, por sua vez, estão sendo impedidos de lecionar suas disciplinas de ingresso na rede estadual, sendo obrigados a ministrar aulas de conteúdos irrelevantes e demandando, em função disso, ainda mais tempo para planejamento. Todos insatisfeitos e desestimulados numa evidente evasão escolar e desprofissionalização docente.
Diante deste cenário, o MEC e o Conselho Nacional de Educação autorizaram mudanças curriculares baseadas na recém aprovada Lei nº 14.945/2024 já para o ano de 2025, compreendendo a urgência desta medida para diferentes gerações de estudantes. O SEPE-RJ discutiu, construiu e aprovou em assembleia geral da categoria uma proposta curricular regular legal e financeiramente viável, tendo apresentado a mesma para a SEEDUC. Essa proposta também já foi referendada por diferentes entidades estudantis deste estado e por um plebiscito geral de escolha de matrizes curriculares organizado pelo sindicato.
Por essa razão nós, profissionais da educação do Estado do Rio de Janeiro e o SEPE-RJ, convocamos todas as organizações da sociedade civil, sindicatos, entidades estudantis, associações, grêmios, intelectuais, artistas, juristas, etc, a apoiar mais essa luta pela defesa de uma escola que atenda aos interesses da classe trabalhadora e de seus filhos.
Pedimos o seu apoio para que, juntos, pressionemos a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro a reverter esse genocídio pedagógico com a reincorporação de todas as disciplinas científicas, com pelo menos dois tempos, em todos os anos de escolaridade do Ensino Médio.
As entidades que desejarem se juntar a nós nessa luta devem assinar o manifesto, acessando o link abaixo:
https://docs.google.com/forms/d/1Mx782HzOvBxengZQ4YK-dwp6O5guNKUdl2Fi1goAFCk/viewform?edit_requested=true
NÃO TEMOS TEMPO A PERDER! TEMOS UM FUTURO A GANHAR!
SEEDUC, APROVA A MATRIZ CURRICULAR DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO E DOS ESTUDANTES JÁ!
Assinam este manifesto:
- SEPE-RJ (Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro)
- FEPERJ (Fórum dos Segmentos da Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro)
- Fórum de Grêmios do Rio de Janeiro
- AERJ (Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro)
- Novo MEPR (Movimento Estudantil Popular Revolucionário)
- FEERJ (Fórum Estadual de Educação do Rio de Janeiro)
- ABECS (Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais)
- Fórum dos Professores de Filosofia e Sociologia do Estado do Rio de Janeiro
- APROFIL-RJ (Associação dos Professores de Filosofia do Estado do Rio de Janeiro)
- Frente Contra o Ensino Remoto na Educação Básica e Ensino Superior
- Podcassa – O PodCast em Defesa da Educação
- Grupo de Pesquisa de Politicas Públicas e Educação de Jovens e Adultos da Classe Trabalhadora – PPEJAT/FFP/UERJ
- RALÉ (Rede Autônoma de Luta pela Educação)
- Pré-Vestibular Comunitário Machado de Assis
- Pré-Universitário Comunitário da Biblioteca Engenho do Mato
- Pré-Vestibular Popular Construção
- AGB (Associação dos Geógrafos Brasileiros)
- ANPUH-RJ (Associação Nacional de História, Seção Rio de Janeiro)
- FEPROFIL-RJ (Fórum de Professores de Filosofia do Rio de Janeiro)
- ABEFIL (Associação Brasileira de Estudantes de Filosofia)
- ANPOF (Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia)
- Rede de Educação Popular da Baixada Fluminense
- Pré-Vestibular Comunitário Igreja Batista Barão de Taquara
- Vila Isabel Vestibulares
- Juventude Travessia
- ECOAR – Juventude Ecossocialista
- NEEREBA (Núcleo de Estudos em Educação e Realidade Brasileira)
- Rede Emancipa de Educação Popular
- Grupo de Estudo e Pesquisa Juventude, Trabalho, Educação e Políticas Públicas (JUVENTE/UERJ)
- ADERJ (Associação dos Diretores do Estado do Rio de Janeiro)
- TLS (Trabalhadores e Trabalhadoras na Luta Socialista)
- LIEPE (Laboratório de Investigações em Estado, Poder e Educação/UFRRJ)
- Executiva Fluminense de Estudantes de Pedagogia – ExFEPe
- Diretório Acadêmico Anísio Teixeira – Pedagogia/UFF
- Pré-Vestibular Popular Escrevivência
- Grupo de Estudos Trabalho, Práxis e Formação Docente do Grupo These/UFF-UERJ-EPSJV
- GTPPE (Grupo de Pesquisas sobre Trabalho, Políticas Públicas e Educação/CEFET-RJ)
- GEQRA (Grupo de Estudos Questões Raciais e Gênero/CAp-UERJ)
- GEFPRODI (Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Formação de Professores/as, Diversidade e Diferença Cultural – UFRJ)
- Educação e Insubmissão – UFRJ
- Colemarx – Faculdade de Educação/UFRJ
- ASDUERJ (Associação dos Docentes da UERJ)
- LabSed/UERJ (Laboratório de Sedimentologia)
- MOCLATE (Movimento Classista de Trabalhadores em Educação)
- Centro Cultural Nilton Gomes Pereira
- ATB (Associação de Trabalhadores de Base)
- Coletivo Educartum
- ADEP (Ação Direta em Educação Popular – UERJ/Mangueira)
- Pré-Vestibular Comunitário Ganga Zumba (Praça Seca)
- Comitê Rio de Janeiro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
- Coletivo Arte Mudança Já
- GEPECS (Grupo de Estudos e Pesquisas Educação e Crítica Social – Faculdade de Educação/UNICAMP)
- ANPUH-PR (Associação Nacional de História, Seção Paraná)
- Movimento Pró-Fessores
- Núcleo de Educação Popular Delso Gomes
- Coletivo ELA (Educação Liberdade para Aprender)
- GRUPEES/UFJF (Grupo de Pesquisa, Extensão e Ensino de Sociologia da Universidade Federal de Juiz de Fora)
- Associação Círculo Laranja
- LABES – Faculdade de Educação/UFRJ (Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes)
- FORGEDE (Fórum Nacional de Gestão Democrática da Educação)
- NETSS – Faculdade de Educação/UNICAMP (Núcleo de Estudos, Trabalho, Saúde e Subjetividades)
- REPU (Rede Universidade-Escola Pública)
- Pré-Vestibular Popular JPAulas
- Pré-Vestibular Popular do Bom Pastor
- Pré-Vestibular Popular Solidariedade
- PVCM (Pré-Vestibular Comunitário Mesquita)
- Pré-ENEM Comunitário Agita
- FPVP-RJ (Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro)
- DEDU/FFP/UERJ – Departamento de Educação da Faculdade de Formação de Professores
- Pré-Vestibular Social Ilê Èkó
- Pré-Vestibular Popular do Cerro-Corá
- Pré-Vestibular Popular Lima Barreto
- ANPEGE (Associação Nacional de Pós graduação e Pesquisa em Geografia)
- DGEO/FFP/UERJ (Departamento de Geografia da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro)
- LIEJA/UFRJ (Laboratório de Investigação, Ensino e Extensão em EJA)
- Fórum EJA-RJ
- Campanha Nacional pelo Direito à Educação
- Pré-Vestibular Popular Akari
- NICA (Pré-Vestibular Núcleo Independente e Comunitário de Aprendizagem)
- Preparatório Comunitário Paulo Freire
- União dos Estudantes de Nova Iguaçu
- NuFiPE/UFF (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Filosofia, Política e Educação)
- O Boletim Escolar – Faculdade de Educação/UFRJ
- Colegiado do Curso de Pedagogia da UFF
- REDAP (Rede Diversidade e Autonomia na Educação Pública)
- MLC (Movimento Luta de Classes)
- UP (Unidade Popular Pelo Socialismo)
- Movimento SOS Educação Popular
- Afronte! Coletivo de Juventude
- Associação Guadá Vida
- Associação dos Amigos do Museu Vivo do São Bento
- FORAS (Fórum de Articulação da Sociedade Civil)
- RUA – Juventude Anticapitalista
- Pré-Vestibular Comunitário da Vila Aliança
- ABI-Diretoria de Educação (Associação Brasileira de Imprensa)
- DCE Mário Prata – UFRJ
- Movimento Correnteza
- União da Juventude Rebelião/UJR
- AMES Rio (Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro)
- Coletivo Juntos!
- Faculdade de Educação da UFF
- SINTUFF (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF)
- FLANARQUIA
- UBM (Uniao Brasileira de Mulheres)
- APPH-Clio (Associacao de Professores e Pesquisadores de História)
- FMDM (Forum Municipal dos Direitos das Mulheres)
- CASS-UERJ (Centro Acadêmico de Serviço Social da UERJ)
- Departamento de Ciências Humanas da Faculdade de Formação de Professores da UERJ
- SINDSERJ (Sindicato dos/as Sociólogos/as do Estado do Rio de Janeiro)
- FNS-B (Federação Nacional dos Sociólogos)
- SINDISEP-RJ (Sindicato Intermunicipal dos Servidores Públicos Federais dos Municípios do Rio de Janeiro)
- CEDIPE-GEO (Centro de Documentação, Informação e Pesquisa sobre Ensino de Geografia)
- Diário da EJA
- SINTUFRJ (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro)
- Flamengo Antifascista
- REBRAHIP (Rede Brasileira de História Pública)
- NEDDAT (Núcleo de Estudos, Documentação e Dados sobre Trabalho e Educação)
- CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)
- FEMODEP (Fórum Estadual do Rio de Janeiro em Defesa da Formação de Professores/as)
- Pré-Vestibular Comunitário Infantes do Lins
- PVSS (Pré-Vestibular Social do Salgueiro)
- Viramundo: Laboratório de Geografias Populares – UERJ
- EAPEB – Faculdade de Educação/UFRJ (Educação Ambiental com Professores da Escola Básica)
- ABHO (Associação Brasileira de História Oral)
- Escola de Serviço Social da UFF
- Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro (Sinpro-Rio)
- Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Estado do Rio de Janeiro