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Absurdo: gov de São Paulo anuncia utilização de Inteligência Artificial nas escolas estaduais

O Sepe RJ vem a público expressar solidariedade dos profissionais das redes públicas do Rio de Janeiro para com os profissionais de educação da rede estadual de São Paulo em relação ao anúncio do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) de utilização da plataforma de inteligência artificial (IA/ChatGPT) para a produção de aulas digitais que são usadas pelos professores das escolas da rede estadual daquele estado. O anúncio foi feito em reportagem para a Folha de S. Paulo, veiculada também no portal UOL no dia 17 de abril.

Para a sindicato, o anúncio da implantação da plataforma de inteligência artificial no sistema estadual de ensino a toque de caixa e sem discussão com os educadores das escolas e a sociedade em geral é mais uma prova do autoritarismo do Executivo paulista e representa um perigo para o processo pedagógico, avançando na desprofissionalização da categoria. Pela proposta da Secretaria de Educação, o material didático, que era produzido por professores especialistas na elaboração desse tipo de conteúdo, passará a ser gerado pela IA. O papel dos professores seria de realizar ajustes para que esses conteúdos se adequem aos padrões pedagógicos.

Segundo a Folha, a produção do material do 3º bimestre de 2024 já será gerado pela ferramenta de IA. A Secretaria de Educação confirmou que planeja testar o material para atualização e aprimoramento das aulas digitais dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) e do ensino médio “para melhorar o que foi elaborado anteriormente pelos professores”.

Para o Sepe, a adoção desse modelo em São Paulo é um espelho do modelo liberal escolhido pela administração Tarcísio de Freitas na educação estadual. Não é simples acaso que Tarcísio tenha escolhido o empresário Renato Feder para assumir a pasta da Educação. Este já havia sido secretário estadual de Educação no Paraná em 2019, convidado pelo governador Ratinho Júnior (PSD), onde multiplicou o número de escolas cívico-militares e abriu edital para contratar empresas para gerir 27 escolas estaduais. Defensor da privatização do ensino público, Feder agora quer acabar com a carência contumaz de professores nas salas de aula da educação estadual paulista, colocando a inteligência artificial no lugar do professor para solucionar a crônica falta de docentes nas escolas.

No nosso entendimento, a adoção dessas novas plataformas é um caminho que ainda demanda estudo e entendimento por parte da sociedade. Não se pode permitir que as escolas se transformem em cobaias para tal tipo de experimento, que tanto prejuízo pode causar para o desenvolvimento pedagógico dos alunos. O governador, ao invés de investir na valorização da categoria, no combate à precarização e no atendimento de profissionais vítimas da violência, com a dotação de verbas para melhorar as condições de trabalho, aposta em soluções que atendem a interesses do mercado.

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