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Moção contra o golpe na Venezuela

A assembleia estadual do Sepe aprovou, no dia 23 de fevereiro de 2019, o apoio à moção contra a tentativa de golpe de Estado na Venezuela publicado pela Associação dos Docentes da UFF – Seção Sindical do Andes-SN (ADUFF SSIND), em seu site. O Sepe parabeniza a diretoria da ADUFF pelo texto e vem convocar as trabalhadoras e trabalhadores da educação a se perfilarem contra a ingerência imperialista na Venezuela. A seguir, divulgamos o texto:

Pela autodeterminação da Venezuela e pela paz

"Com a responsabilidade de se colocar diante dos problemas que nos afligem, declara seu apoio e solidariedade ao povo venezuelano neste momento de franco ataque à sua soberania e ameaça de transformar o hemisfério em um campo de guerra.

"Não é possível mais tolerar nem silenciar diante da desfaçatez e da manipulação do governo dos Estados Unidos e seus apoiadores, que, a pretexto de ajuda humanitária, realizam um cerco militar a um país a quem vêm agredindo com o cerco econômico há anos.

"Constrangem seu comércio exterior, com o boicote e o bloqueio, difundindo pobreza e sofrimento; criam uma situação de afronta ao governo democraticamente constituído na Venezuela, reconhecendo um político que se autoproclama presidente; referem-se ao governo legítimo, eleito sob os olhos de uma centena de observadores, como se fosse uma ditadura, enquanto trocam favores com a ditadura da Arábia Saudita.

"Realimentando o fantasma da guerra fria, que durante décadas levantou sobre o mundo a sombra do conflito atômico, Trump tenta fazer do socialismo o inimigo nº 1, retomando a agressividade imperialista, que não respeita as escolhas democráticas e muito menos a autodeterminação dos povos, estatuto consagrado das relações internacionais.

"Está claro que, como toda e qualquer nação que se preze, a Venezuela, através de sua união cívico-militar, construída a partir da organização política das trabalhadoras e trabalhadores, nos conselhos comunais e nas comunas, em aliança com as forças armadas regulares, se defenderá. Eventualmente, segundo as fontes mais confiáveis, contará com o apoio da Rússia e da China, de acordo com a divisão internacional que se reconstrói sob o peso dos interesses políticos e econômicos.

"Definitivamente, o que se está fazendo não é justo. Centenas de observadores internacionais acompanharam cada uma das 25 eleições que ocorreram na Venezuela desde a ascensão de Hugo Chávez, em 1998. Ainda assim, a oposição insiste no método de não reconhecer a eleição presidencial do concorrente, fórmula tradicional de criar fatos e fakes políticos que agora se convertem em atos militares.

"O argumento falacioso da ajuda humanitária esconde o verdadeiro interesse do imperialismo e de suas corporações: derrubar o governo e instalar seus títeres, para voltar a expropriar as riquezas petrolíferas do país.

"Nós trabalhadoras e trabalhadores brasileiros precisamos dizer claramente: deixem a Venezuela resolver os seus problemas soberanamente; não a transformem, e a América Latina, em uma nova Síria."