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PF prende dono do Banco Master e Banco Central liquida a instituição financeira, na qual o Rioprevidência tem investidos mais de R$ 960 milhões
18 de novembro de 2025
A Operação “Compliance Zero” que a Polícia Federal está realizando desde o início da manhã de hoje (18) para apurar um esquema de negociação de títulos falsos por instituições que integram o Sistema Financeiro Nacional já levou à prisão de dirigentes de instituições como o banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. Ao mesmo tempo em que a operação policial era realizada, o Banco Central decretou, também pela manhã, a liquidação extrajudicial do Banco Master.
Esta seria apenas mais uma operação para sanitização do sistema financeiro se não atingisse em cheio o Banco Master, no qual o Fundo Previdenciário dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Rioprevidência) tem investidos R$ 960 milhões – cerca de 10% do seu patrimônio -, alocado em letras financeiras da instituição. Estes título não tem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito, uma estrutura criada para dar garantias aos investimentos no mercado financeiro até o valor de R$ 250 mil. Em matéria publicada hoje (18), o Portal G1 fala em R$ 2,6 bilhões no total de aplicações do Rioprevidência em fundos do banco alvo da PF e do Banco Central.
Em maio, conforme publicamos em nosso site com base em matérias veiculadas pela mídia, técnicos do TCE encontraram graves irregularidades nas aplicações do Rioprevidência e o Tribunal fez um alerta aos gestores do fundo de pensão, informando que novas operações do tipo resultariam na total admissão de responsabilidade do risco de possíveis irregularidades por parte dos gestores do Rioprevidência. Mas, mesmo assim, o fundo investiu quase R$ 1 bilhão no Banco Master, segundo monitoramento do TCE.
O Rioprevidência tem sido um foco de preocupação constante dos servidores estaduais por causa deste tipo de operações que ameaçam a saúde financeira do fundo responsável pelo pagamento dos servidores aposentados e dos pensionistas. No mês passado, o governo aprovou na Alerj a Lei 11010/2025, que permite ao Executivo a retirada de receitas provenientes dos royalties do petróleo do Rioprevidência para o pagamento de dívidas do Tesouro estadual. Mesmo com a mobilização das categorias de servidores, os deputados da Alerj aprovaram o projeto enviado pelo governador Cláudio Castro que pode colocar em risco a saúde financeira do nosso fundo previdenciário.
No dia 13 de novembro, o Jornal o Globo denunciou, com base num monitoramento do TCE, que o órgão investiu R$ 100 milhões num fundo composto em 96% por ações da Ambipar, empresa brasileira da área de gestão ambiental que se encontra em recuperação judicial e teve bloqueado pela justiça a venda de ações por bancos, cujo valor vem caindo acentuadamente na Bolsa de Valores.
O Sepe traz a público a preocupação dos profissionais de educação com os rumos da administração do nosso fundo de previdência, responsável pelas nossas aposentadorias e pensões e que, por causa da má administração e gestão temerária, vive envolvido em denúncias e escândalos a respeito da malversação das suas verbas, como já havia demonstrado a CPI do Rioprevidência, finalizada em 2021 e que até agora não puniu os responsáveis pelo rombo no caixa do órgão.
