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SEPE SE ALIA À CIÊNCIA PARA CONDENAR A COPA AMÉRICA NO BRASIL

O Sepe RJ vem a público demonstrar seu repúdio e indignação contra a confirmação, por parte do governo federal, da realização da edição da Copa América 2021 em território nacional. A confirmação feita pelo presidente Jair Bolsonaro ontem (dia 02 de junho) da competição em território nacional, após a desistência da Argentina e da Colômbia, países que não aceitaram a realização da Copa América por causa da pandemia que avança nestes países, é mais uma clara demonstração da falta de consideração e de cuidado das autoridades públicas brasileiras para com a erradicação da disseminação da covid-19 no Brasil.

 

Realizar uma competição esportiva, que envolverá a participação de centenas de atletas e dirigentes oriundos de regiões onde a pandemia se mantém descontrolada e, em alguns casos, onde já foram registrados casos de novas cepas do vírus – como a cepa indiana que já vitimou centenas de milhares de pessoas em todo o mundo – é um contrassenso que vai de encontro aos alertas de epidemiologistas e autoridades sanitárias. Ao tomar a decisão de trazer a Copa América para o Brasil, Bolsonaro mantém sua posição de negacionismo e de falta total de empatia para com a população, abrindo as portas do país para a entrada de uma nova onda do coronavírus que pode ter consequências imprevisíveis como alertam os especialistas.

 

O Sepe também estranha que os governos de estados e municípios que já foram escolhidos para sediarem os jogos da Copa América, como é o caso do estado e da cidade do Rio de Janeiro não tenham se manifestado de forma contrária a este projeto que tem um claro objetivo político da parte de Bolsonaro. Com a realização da Copa, Bolsonaro quer passar uma sensação de normalidade no país, em meio ao desastre da sua administração no combate a uma epidemia que já matou mais de 460 mil brasileiros. E o governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes se unem ao negacionismo e à irresponsabilidade do presidente, que não acredita em vacina nem em medidas de isolamento social sabidamente eficazes e comprovadas em vários países do mundo.

 

Não é este certamente o momento de se realizar competições internacionais ou nacionais no país. Com uma média diária de 1.800 mortes e dezenas de milhares de novos casos e a chegada do inverno, as condições para o aumento das doenças respiratórias graves, entre elas a covid-19, aumentam de forma exponencial. Com a detecção de casos de novas cepas, como a britânica e a indiana em países sul-americanos e a falta de medidas realmente eficazes de controle sanitário, o aumento da circulação de pessoas nas ruas e nos estádios durante a Copa América só pode beneficiar a disseminação da doença no conjunto da população brasileira.

 

Os profissionais de educação se juntam aos especialistas em infectologia e demais representantes da ciência para dizer o seu não à Copa América e ao negacionismo que tem provocado tantas mortes e tanta infelicidade em nosso país desde o início da pandemia.

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