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MAIS UMA AÇÃO POLICIAL NA MARÉ CAUSA PÂNICO NA COMUNIDADE ESCOLAR

O Sepe RJ vem a público manifestar o seu repúdio a mais uma megaoperação das forças de segurança no Complexo de Favelas da Maré, Zona Norte da capital, que está ocorrendo desde a manhã desta quinta-feira (02).

Alunos e profissionais de uma escola da Maré buscam proteção contra tiroteios causados pela megaoperação da polícia na manhã desta quinta (3)

Profissionais de educação enviaram ao Sepe fotos e relatos do verdadeiro “inferno” que eles estão passando.

Os profissionais de educação ainda estão nas escolas, obrigados a cumprir o “Protocolo de segurança” da SME-RJ. A respeito disso, pelos relatos da comunidade e da própria imprensa, os tiroteios começaram nas primeiras horas da manhã, o que teria dado tempo para a SME-RJ acionar o protocolo e impedido as aulas de começarem. No entanto, temos informações de que algumas escolas só acionaram o protocolo a partir de 10h, com o tiroteio tendo iniciado há várias horas, colocando em risco a vida de todos.

Com isso, nos solidarizamos com as(os) colegas, alunos, pais e responsáveis das escolas da Maré, que trabalham sob enorme estresse, muitas vezes em condições estruturais inapropriadas e com ordens desencontradas por parte da Secretaria.

Quanto à operação, o Sepe não aceita e não se calará a respeito do risco diário que os profissionais, alunos pais e responsáveis de nossas escolas sofrem com a falta de planejamento e de respeito pelos direitos humanos da parte das autoridades responsáveis pelo comando das polícias militar e civil. Lembrando que essas autoridades já desrespeitaram uma determinação do próprio Supremo Tribunal Federal para não realizar tais megaoperações nas comunidades.
Levantamento feito pelo Instituto Fogo Cruzado informa que entre julho de 2016 e novembro de 2022, mil pessoas morreram ou foram feridas em consequência de balas perdidas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Entre as vítimas, 229 vieram a óbito e 771 sofreram ferimentos. No período estudado, 16 pessoas foram vítimas de balas perdidas dentro de unidades de ensino: uma morreu e 15 ficaram feridas (informação retirada em matéria da Agência Brasil de 11/01/2023).

Caveirão da PM em frente a uma escola, na Maré, nesta quinta (02)

O governador tem que dar uma resposta concreta e adotar novas práticas que privilegiem a segurança e a integridade das comunidades ao invés de assumir a defesa da barbárie.

Ao longo dos anos, o sindicato tem denunciado a violência e o caráter racista destas operações policiais em áreas mais carentes que, muitas vezes, resultam em mortes de crianças que estudam nas nossas escolas localizadas dentro e no entorno destas comunidades.

Continuaremos a buscar informações sobre a situação na Maré.