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NOTA DE SOLIDARIEDADE DA COMUNIDADE ESCOLAR DO COLÉGIO PROFESSOR ALFREDO BALTHAZAR DA SILVEIRA À PROFESSORA DANIELA ABREU

Nós profissionais de educação do Colégio Estadual Professor Alfredo Balthazar da Silveira, viemos a público nos solidarizar e esclarecer alguns pontos:


No dia 23 de setembro deste ano a professora Daniela foi vítima de uma truculenta armação que culminou com desrespeito em sua sala de aula. Por volta das 11:10 da manhã, a professora cumpria seu horário com a turma 2003 no auditório, no qual é sabido por todos ser o local das suas aulas de Artes. Quando foram surpreendidos com a entrada de um grupo de Policiais Militares e fiscais do TRE, sem que estes pedissem licença para entrar ou autorização dos responsáveis pela escola. A professora e os alunos foram constrangidos, abordados de forma intimidatória. A professora se encontrava fechando notas, foi interrompida sem qualquer possibilidade de diálogo. Questionaram os adesivos colados em sua bolsa e casaco. Exigiram que a abrisse e entregasse o documento. Alunos afirmavam que não existia companha na sala e eles ignoraram e ainda revistaram a mochila de dois alunos. Tal fato impactou demais os alunos da turma e toda a comunidade escolar presente.

 

Gostaríamos de esclarecer que nunca presenciamos a professora Daniela fazendo campanha eleitoral dentro da escola. Compreendemos também que vivemos em uma democracia e que desta forma todos temos o direito à nossa liberdade de expressão, assim como usar adesivos em nossas roupas. Nos chocou saber que a motivação para tal truculência teve origem na armação de dois alunos que foram até a professora na sala dos professores pedir um adesivo do Lula, e estes agindo de má fé, a filmaram sem autorização. Ou seja, criaram uma situação e se eles pediram é sinal que ela não estava fazendo campanha. Foi surpreendente que em menos de meia hora do ocorrido, imagens da professora e da escola atrelada à fake news, insinuando inclusive uma suposta prisão, foram veiculadas em mídias na cidade. Entre os muitos vídeos, um recorte descontextualizado de um trabalho interno da aula de história.

 

A ida dos alunos até a professora, a filmagem sem autorização, a chegada rápida e intimidatória e o espetáculo midiático, de fakes, imagens cortadas, deram a nítida sensação de uma armação articulada. Todo esse contexto denotou que a professora, assim como a toda comunidade escolar foram vítimas de uma ação do ódio com traços claros de fascismo, semelhantes aos tempos da Alemanha nazista.

 

Nós, enquanto educadores nos sentimos devastados pela percepção que alunos que fazem parte de nosso cotidiano estão envolvidos. Importante ressaltar que nenhum destes são alunos da professora.

 

Daniela é conhecida por ser acolhedora, produzir muitas atividades na escola, é uma professora muito amada por seus alunos. Estes ficaram revoltados com o ocorrido e a defenderam todo momento.

 

Conscientes do nosso papel na formação de futuros cidadãos que valorizem o conhecimento a ciência, um olhar crítico e amplo perante o mundo, não podemos ser vistos como inimigos.

 

Reiteramos a admiração pelo trabalho desenvolvido pela professora e esperamos conseguir superar esses tempos de ódio, que o respeito, o amor e a democracia vençam.

 

Assinam essa nota:

Profissionais de Educação do Colégio

Comunidade Escolar

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