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Itatiaia: auxiliares de creche fazem paralisação contra remanejamento de colegas e são vitoriosas
29 de março de 2023
No dia 22/03/2023 (quarta-feira), as “auxiliares” da creche Sandra Maria Ferreira Cotrim realizaram uma paralisação, contestando o remanejamento de três auxiliares para outra unidade, sendo comunicadas que mais três também seriam remanejadas, no total de seis funcionárias. As mesmas, sabendo da necessidade de continuar garantindo a qualidade no serviço que prestam às crianças e avaliando o impacto que a saída das funcionárias iria causar, resolveram na segunda-feira (27/03), realizar uma paralisação (greve) de 24 horas para chamar a atenção do poder público para suas condições de trabalho.
Uma carta foi elaborada e distribuída às mães antecipadamente, solicitando a compreensão e apoio. O Sepe informou à Secretaria de Educação solicitando uma reunião emergencial para buscar a solução evitando assim, a necessidade da paralisação, mas não foi atendido. Ao invés disso, seguiu-se uma série de tentativas de intimidação para que as mesmas desistissem da paralisação e continuassem trabalhando como se tudo não passasse de um mero “ato administrativo”.
Reunião na Creche à tarde; ameaças, chantagem emocional, aviso às mães para que levassem os filhos, pois a creche “funcionaria normalmente” com uma equipe a ser deslocada, pelo grupo de WhatsApp até à noite de terça-feira … Porém, nada disso, fez as auxiliares retrocederem e permaneceram firmes com a decisão tomada. O secretário, vendo que as auxiliares não enfraqueceram, avisou que faria uma reunião com as mesmas, na própria creche, na manhã da quarta-feira, dia da paralisação.
A direção do Sepe, realiza uma reunião também à noite com as auxiliares para avaliar as movimentações e como proceder no dia da paralisação. Na reunião, o tom intimidador do secretário e da equipe foi mantida. Segundo o secretário, a Carta às Mães seria ilegal e poderiam sofrer penalidades jurídicas; que o remanejamento poderia ser feito a qualquer momento, pois está dentro da lei; perguntou quem era a liderança do movimento e quem ali era filiada ao Sepe.
Porém, mais uma vez, essas insinuações e ameaças foram respondidas à altura, principalmente pela atitude das auxiliares que não se envergaram “baixando a cabeça”, mas, mantiveram-se firmes com o propósito de buscar melhorias para a Creche, para as crianças e para os profissionais que atuam.
As auxiliares cobraram o secretário de que existem turmas sem professor e mesmo aquelas que têm, é apenas em um período; reforçam que as condições de trabalho não são satisfatórias e que a valorização salarial é urgente.
O secretário de Educação comunica e também se compromete com:
– Os professores do concurso já foram chamados e que suprirá essa necessidade até o meio no próximo mês.
– O aumento salarial que seja correspondente à responsabilidade da “auxiliar” em educar e a revisão da decisão sobre o quantitativo de profissionais por turma, está em processo de restruturação e que buscará essas melhorias.
– Haverá um canal de diálogo permanente com a Secretaria de Educação.
– Diante dos compromissos assumidos, subentendido de que não haverá corte de ponto e retaliação, as auxiliares decidiram pelo retorno imediato ao trabalho.
A reorganização do movimento com as auxiliares foi retomada no ano passado e nenhum passo será dado atrás. O compromisso é ampliar a participação e fortalecer os laços de união. Muito importante destacar o apoio fundamental das mães e também dos vereadores, que na sessão da terça-feira à noite, fizeram a leitura da carta cobrando solução.