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Sepe promove debate sobre a Lei 11.645 e o ensino e pesquisa em História Indígena

Evento ocorreu no IFCS/UFRJ, em conjunto com outras entidades e pesquisadores

Nesta quarta-feira, 12/04, o auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/URJ), no Centro do Rio de Janeiro, sediou importante debate sobre a Lei 11.645, criada em 2008, por ocasião do Dia dos Povos Indígenas, 19 de abril, e o Abril Indígena. O debate contou com as palestras de José Ribamar Bessa Freire, professor aposentado da UERJ e da UNIRIO e um importante pesquisador da cultura indígena, autor de diversos livros, e coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas (PROINDIO) por mais de 30 anos; e de Marize Guarani, Professora de História da Rede Municipal de Duque de Caxias, Mestre em Educação para as Relações étnico-raciais UFRRJ e Doutoranda em Educação UFF e Presidente da Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM).

O evento foi organizado pelo Laboratório Ateliê de História Indígena e Minorias/LABHIM/IH UFRJ, pelo Sepe e Simpro, com apoio da Coordenadoria Executiva de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR/PMRJ), do Instituto de História da UFRJ e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI/UFRJ).

“A lei 11.645 torna obrigatória a temática indígena em todo o sistema de ensino. Mas a lei é uma coisa. Nós precisamos agora lutar para que ela seja implementada: fazendo pesquisas sobre história indígena, fazendo atualização nos currículos e atualizando os professores. Pois não adianta uma lei que torna obrigatória o ensino da temática indígena para os professores repetirem essa carga de preconceito e de discriminação contra os povos indígenas. Então, a capacitação é fundamental”, afirmou Bessa.

Marize destacou a importância de combater a invibilização dos indígenas que moram na área urbana. Ela citou o seu próprio exemplo, e os preconceitos que teve que enfrentar. “Levei ‘uma vida’ para conseguir me auto-declarar indígena”, afirmou.

Após perguntas do público, o evento terminou por volta da 13h, com Cesar Lemos, do LABHIM/IH-UFRJ, celebrando a parceria com o Sepe e demais entidades. “Nosso objetivo é começar uma colaboração intensa que repercuta em uma mudança de paradgimas do currículo e dos saberes, na historiografia e no ensino de história sobre as sociedades indígenas”, afirmou.

Os participantes do debate foram convocados para, no dia 28 de abril, um ato em inauguração de uma placa memorial nos Arcos da Lapa, o aqueduto da cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de destacar que a construção foi refeita com força de trabalho indígena. O professor Bessa Freire destacou a importância da iniciativa e citou ainda um documento oficial, de autoridades públicas, que reconhece como os indígenas atuaram na obra. O memorial seria, segundo Cesar, parte de um circuito histórico a ser feito, a partir da presença indígena na região. Marize Guarani lembrou a importância da região da Glória para o povo tupinambá e convidou as(os) professoras(es) presentes para uma oficina no dia 29 de abril.

 

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