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Sepe repudia a violência que atinge as escolas do Rio

No dia 07 de fevereiro, mais uma megaoperação policial, envolvendo as polícias civil e militar e tropas federais (exército, marinha, aeronáutica e polícia rodoviária federal), causou o fechamento de 48 escolas em diversas áreas da cidade do Rio. Com o fechamento das unidades para proteção de alunos e profissionais, milhares de crianças voltaram a ficar sem poder estudar, assim como os profissionais se viram novamente ameaçados em seu ambiente de trabalho por causa dos constantes tiroteios envolvendo policiais e traficantes ou de confrontos entre facções que disputam o contole da venda de drogas em áreas carentes da cidade.

Não é de hoje que o sindicato e os membros da comunidade escolar vem denunciando o aumento da violência no entorno das escolas, com a escalada do número de operações policiais e o recrudescimento da resistência dos traficantes ao tentar impedir a entrada dos policiais nas áreas controladas por eles. A constante troca de tiros ou a realização de operações sem qualquer planejamento prévio já causou inúmeras mortes de estudantes, como no caso da aluna Maria Eduarda, morta em plena aula de educação física na EM Daniel Piza, em Acari, no final do ano passado.

O Sepe repudia a forma como as forças de segurança tratam esse grave problema, com ações que colocam na linha de tiro, muitas vezes, profissionais de educação, alunos, pais e responsãveis, como vem ocorrendo, com infeliz e incrível regularidade, nas comunidades da Cidade de Deus e Maré.

A direção do Sepe, já há vários anos, vem discutindo e alertando governos e parlamentares sobre a gravidade da situação – em 2006, por exemplo, o sindicato fez um dossiê com os nomes de mais de cem escolas que ficavam em regiões de risco. Este documento foi atualizado durante anos e entregue às autoridades.

Ano passado, o Sepe também teve audiência com o secretário municipal de Educação, César Benjamim, para tratar especificamente da segurança nas escolas. Na ocasião, a direção do Sepe disse ao secretario que há anos o sindicato tem denunciado a falta de segurança nas escolas da rede e a violência cotidiana que sofrem os alunos e profissionais, notadamente em áreas conflagradas. Denunciamos, também, que não existe uma política de Segurança, Investimentos Social e Cultural para áreas extremamente carentes por parte do governo do Estado. E apresentamos uma série de propostas, em relação à questão da Segurança – leia a nota sobre a reunião aqui.