O Departamento Jurídico do Sepe entrou, no dia 25 de abril, com uma representação no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para instauração de Inquérito Civil de denúncia contra o Programa “Segunda Chance” (publicada em Diário Oficial dia 05/02/2025: Resolução SEEDUC nº 6331/2025).
No pedido do sindicato ao MPRJ, além dos argumentos pedagógicos, há também argumento jurídicos (direito à educação, gestão democrática etc). Para o Sepe, com a implantação do Segunda Chance, que só trará prejuízo para a formação pedagógica dos estudantes da EJA.
Assim, a representação do Sepe ao MP afirma que: Sob a ótica pedagógica, o programa “Segunda Chance” representa um grave retrocesso para a Educação de Jovens e Adultos. A EJA, modalidade educacional essencial para garantir o direito à educação daqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos na idade apropriada, pauta-se pela necessidade de um processo formativo integral, que considere as especificidades e trajetórias de vida desses estudantes”.
O sindicato também denuncia que o “programa parece focar em maquiar índices educacionais e reduzir o número de matrículas na EJA, o que, consequentemente, levaria à diminuição de turmas e à criação de um falso excedente de professores”.
Além disso, a representação demarca que, “ao impor um programa com impactos tão significativos na organização da EJA e na certificação dos estudantes sem ouvir os principais atores do processo educativo, a SEEDUC/RJ não apenas desrespeita a legislação, mas também compromete a construção de políticas educacionais legítimas, contextualizadas e que efetivamente atendam às necessidades da comunidade, ferindo um dos pilares da educação pública brasileira”.
Ao fim, o Sepe pede “a instauração de INQUÉRITO CIVIL para apurar a regularidade e a adequação pedagógica e jurídica do programa “Segunda Chance”, instituído pela Resolução SEEDUC nº 6331/2025, face à potencial prestação inadequada do serviço público educacional e violação ao direito à educação de qualidade, garantido pela Constituição”; pede também que a SEEDUC para que preste informações detalhadas sobre o programa, “bem como apresente estudos que embasaram sua criação e justifiquem a opção pela certificação em massa em detrimento do processo regular de ensino na EJA”.
A íntegra da representação pode ser lida aqui.
A diretoria do Sepe teve reunião com a SEEDUC no dia 03 de abril. Uma extensa pauta foi discutida na audiência, que teve a participação de representantes da base do sindicato também.
Diretores do Sepe: Bruno Linhares, Daysiane Oliveira, Helenita Beserra e Marta Moraes.
Representantes de base: João Paulo Cabrera (GT Perseguição Política e Ensino Médio) e Rebeca Martins (GT Reforma do Ensino Médio).
Representando o governo estiveram: Alvim Belzis (chefe de Gabinete), Acácio Souza (tercerizados), André Nogueira (Movimentação de Pessoas), Cristiano Machado (Pedagógico), José Mauro Braz (Animação Cultural), Érika Pinheiro (Pedagógico) e Myriam Medeiros (Projetos Especiais).
Pauta discutida:
Anistia aos dias de greve anteriores à greve de 2023 – encaminhamento: haverá uma reunião com André Nogueira (Movimentação de Pessoas), para discutir essa situação;
Migração 30h (2025): denunciamos vários problemas na implantação do projeto de migração. Exemplo: os casos de perda de tempo na matrícula para alocar migração; demora com processos de acumulação; professores com duas matrículas que conseguem fazer a migração enquanto professores com uma matrícula não conseguem etc. A SEEDUC afirmou que os professores que querem fazer a migração só podem escolher vagas ociosas e não podem assumir a vaga de professores que já estão lotados na unidade. Afirmou também que vão verificar a questão da acumulação.
Migração dos Funcionários ex-FAEP – encaminhamento: O Sepe vai enviar ofício solicitando uma reunião com a SEEDUC e a FAETEC;
Climatização das Unidades Escolares: o Sepe cobrou o planejamento da SEEDUC, que nos foi prometido em reunião anterior. A SEEDUC ficou de nos enviar. O sindicato reforçou a necessidade de que quadras de esportes sejam climatizadas e o absurdo das cozinhas escolares ainda não constarem do projeto.
Perseguições aos profissionais de educação: a SEEDUC afirmou ter reduzido em 60% as sindicâncias, mas o sindicato contestou, denunciando a atuação autoritária e desproporcional do Estado, com pico em 2022. O sindicato criticou a lógica militarizada dos processos; apontou seu monitoramento; cobrou apoio psicológico à categoria; respeito aos procedimentos democráticos e a retirada dos militares da Corregedoria. A SEEDUC prometeu reuniões com diretores de Regionais e sindicantes, além de um encontro com o Sepe em junho para discutir procedimentos, e se comprometeu a criar um checklist para garantir os direitos dos servidores e aplicação correta dos instrumentos. Informou também estar articulando parceria com a UNIRIO para apoio psicológico. Apesar das críticas, manteve a defesa de um militar à frente da Corregedoria da Secretaria de Educação ao invés de um profissional da área;
Reposição de perdas salariais para professores e funcionários: o Sepe solicitou que a secretária articule uma reunião com a Casa Civil e a Fazenda para tratar da recomposição salarial. Reforçamos a necessidade do pagamento do piso nacional, respeitando o Plano de Carreira. Cobramos audiência com o governador e a Secretaria de Educação. A SEEDUC afirma que terá uma reunião em breve com a Casa Civil para entender o programa do governo federal denominado PROPAG e que vai verificar com a secretária de educação a possibilidade da reunião solicitada pelo Sepe;
Animação Cultural: foi solicitado que, ao ver a questão da reposição financeira, registre-se que a mesma precisa ser extensiva aos animadores culturais, porque se não estiver redigido esta observação, eles não serão beneficiados;
Pagamento dos funcionários terceirizados: o Sepe denunciou que na Metropolitana III os funcionários tercerizados receberam um salário menor no mês de fevereiro. A SEEDUC disse que vai dar tratamento a situação denunciada;
Contrato com empresas para oferecer palestras e compra de livros: o sindicato cobrou que o processo formativo da categoria aconteça através de parceria da SEEDUC com universidades públicas;
Matriz Curricular 2025: o sindicato solicitou a realização de uma nova reunião para tratar da construção da Matriz Curricular e manifestou profunda preocupação com o formato da escuta colaborativa que está sendo implementado pela SEEDUC. O Sepe alertou que esse modelo, ao se assemelhar a uma simples pesquisa de opinião, tende a captar apenas impressões pontuais e subjetivas do momento, sem garantir um espaço efetivo de debate, reflexão e formulação coletiva. Nesse sentido, o Sepe entende que esse tipo de escuta, se não for devidamente qualificada e mediada, pode esvaziar os espaços democráticos de construção curricular no interior das comunidades escolares, transformando um processo que deveria ser participativo e dialógico em uma coleta superficial de dados. O sindicato ressaltou que entidades representativas — como o próprio Sepe e as organizações estudantis — acumulam historicamente reflexões, experiências e propostas sobre a organização do currículo e devem ser respeitadas como sujeitos políticos fundamentais nesse debate. Por fim, o Sindicato cobrou sua participação ativa e estruturada no processo de escuta, e o governo respondeu que considera a proposta de reunião bem-vinda, estando apenas pendente a definição da data;
Programa de Certificação “Segunda Chance” para os alunos da EJA: o sindicato registrou sua discordância com essa política de exclusão ou expulsão dos alunos da rede. O governo se defendeu afirmando que a EJA não impacta sobre os índices do IDEB e que o objetivo é puramente ajudar os alunos que estão com defasagem idade/série.
A reunião iniciada às 11has e se estendeu até as 15h, com muito debate em cada ponto de pauta de forma a tensionar e buscar solução para as demandas da categoria.
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe) vem a público condenar a implementação e realização dos exames de certificação para os alunos da rede estadual com idade superior àquela considerada regular nos ensinos fundamental e médio. Também conhecido como Programa “Segunda Chance”, a chamada “certificação em massa”, no entender dos profissionais de educação, os quais não foram consultados a respeito do projeto, tendo sido surpreendidos com o lançamento da Resolução SEEDUC nº 6331 de 05 de fevereiro deste ano, é mais uma estratégia da política educacional do governo Cláudio Castro e da secretária de Educação, Roberta Barreto, para maquiar os índices de aprovação dos estudantes matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas unidades estaduais.
O governo, com tal iniciativa, promove uma desescolarização/aprovação automática por meio deste processo, com a aplicação de uma prova diagnóstica, com o objetivo de transferir a gestão das escolas estaduais para a iniciativa privada, processo este que já ocorre com direções de escolas nos estados de São Paulo e Paraná.
Um objetivo por trás desse programa é o de diminuir o número de alunos matriculados e, consequentemente, diminuir o número de turmas, o que acarretará uma sobra de professores, criando um falso excedente a partir de uma, na prática, “expulsão” de alunos da EJA.
Com a implantação do Segunda Chance, que só trará prejuízo para a formação pedagógica dos estudantes da EJA, todos os alunos matriculados neste segmento na rede estadual, quase que obrigatoriamente, serão obrigados a realizar um exame de conhecimentos gerais. Aprovados, eles terão a certificação da conclusão do ensino médio. Ou seja, a SEEDUC passa a negar a eles o direito a uma formação integral e o acesso ao conhecimento amplo e abrangente que teriam no curso regular, muito mais importante para as suas vidas do que um certificado vazio e sem conteúdo.
Desde a derrubada do governo Dilma em 2016, com a ascensão do golpista Michel Temer, temos assistido o avanço de reformas educacionais que fragilizam a Educação pública e visam a substituição dos modelos educacionais tradicionais por iniciativas como a EAD ou outras que privilegiam o processo de privatização. Dessa maneira, o aluno que busca o seu direito a uma escola presencial e qualificada cada vez tem menos acesso a uma educação de qualidade por causa das políticas educacionais voltadas para o sucateamento da escola pública, visando privilegiar o ensino privado.
Assim, o Sepe vê na implementação do programa Segunda Chance uma estratégia vil de exclusão dos alunos da EJA na rede estadual. O governo estadual, que nunca priorizou a rede nem valorizou os profissionais e as comunidades escolares, dá mais um golpe em direção ao desmantelamento das escolas estaduais com iniciativas como estas, que têm que ser combatidas com todo o vigor pela categoria e por toda a sociedade.
Os alunos da EJA não podem ser vistos como um problema que atrapalha os índices de qualidade como se fossem peças de uma engrenagem e ser “convidados a se retirarem da escola” por meio de um exame de certificação. Muito antes disso, eles são cidadãos com direitos plenos e garantidos pela Constituição Federal de acesso à uma Educação pública, gratuita e de qualidade. Eliminar aqueles que foram deixados para trás por causa das próprias contradições do sistema, certamente, não é a melhor forma de resolver o problema do ensino público estadual.
Não ao Programa Segunda Chance!
Pelo fim da certificação em massa dos alunos da EJA!
Por mais verbas para a educação estadual e valorização para os profissionais que nela trabalham!
Nas últimas semanas, os alunos do ensino médio da rede estadual de ensino do RJ estão sendo orientados a realizar uma prova na plataforma Plurall, mais uma das inúmeras parcerias público-privadas firmadas pela atual gestão da SEEDUC.
Contrariando a autonomia pedagógica de cada unidade escolar e de seu corpo docente, a prova é apresentada como uma avaliação diagnóstica elaborada, até onde se sabe, pela Fundação Getúlio Vargas.
Dizemos “até onde se sabe”, pois muito pouco foi explicado sobre a referida avaliação. Desconhecemos seus objetivos, se seus resultados serão compartilhados com as escolas e quais políticas públicas serão formuladas a partir desses resultados.
O que se sabe é que estudantes estão perdendo aulas e conteúdos importantes relativos à sua formação para realizar tal exame. Isso implica direta e decisivamente no planejamento dos professores e fere sua autonomia pedagógica.
Nossa preocupação não é injustificada. Em São Paulo e no Paraná, os governadores de extrema direita Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior entregaram a direção das escolas estaduais à iniciativa privada. Quem pode garantir que Claudio Castro, governador também de extrema direita, não esteja planejando o mesmo?
O estado do Rio de Janeiro, há décadas, tem sido alvo de ataques privatistas de diversas ordens. Diante de tantas parcerias público-privadas e da já conhecida ingerência de fundações e institutos privados na educação estadual, nos parece plausível a preocupação e a vigilância dos profissionais de educação da rede estadual diante desse cenário que desperta uma série de dúvidas. As direções das unidades escolares, que há muito vêm perdendo seu caráter pedagógico para se tornarem meros gestores, são um elemento fundamental para garantir nossa autonomia de pensar a escola de acordo com sua realidade própria.
É importante que profissionais de educação da rede e direções se reúnam para debater o caráter desse tipo de avaliação diagnóstica externa, cujas motivações desconhecemos. E que estes debates sejam levados para a assembleia da rede estadual dia 12/04 para que juntos possamos pensar coletivamente o tratamento a ser dado a questão.
Sob pressão, devido à onda de calor que está afligindo todo o Estado do Rio de Janeiro, causando recordes de temperaturas e de sensação térmica, a SEEDUC, em aviso interno (foto ao lado), concedeu autonomia às unidades escolares que estiverem “com inoperância total ou parcial de seus sistemas de climatização (para) reduzir a carga horária presencial em até 50% no mês de fevereiro/2025, e/ou prover rodízio de turmas nas salas de aula refrigeradas”.
A falta de condições de muitos colégios estaduais de enfrentar o calor extremo (assumida nesse aviso interno) explodiu nessa segunda-feira, dia 17, com os telejornais mostrando protestos da comunidade escolar em diversas regiões da capital e Região Metropolitana.
O sindicato terá uma audiência emergencial nessa quarta-feira, dia 19, com a SEEDUC, para tratar dessa questão, quando mostraremos exemplos de colégios sem condições de trabalho e recomendaremos uma séria de ações.
O Sepe vem recebendo denúncias e abriu em nosso site um formulário para que os profissionais de educação, pais e responsáveis e estudantes possam nos enviar informações sobre a situação das unidades (estaduais e municipais) – clique aqui para acessar o formulário.
Não é de hoje que o sindicato e a categoria vem denunciando a falta de políticas do governo estadual e das prefeituras para garantir a climatização nas escolas, tendo em vista o aumento das temperaturas e as fortes ondas de calor que, agora, não ocorrem apenas nos meses de verão e são uma consequência do avanço em nível planetário da crise climática e do aquecimento global.
Os profissionais de educação entendem que dotar as escolas com equipamentos de climatização e oferecer a infraestrutura necessária para que eles possam funcionar é, antes de tudo, uma obrigação dos governos. Não podemos expor a categoria e nossos alunos aos riscos representados pelas verdadeiras “saunas de aula” do seu cotidiano nas escolas.
Com isso, pedimos a toda comunidade escolar que participe do levantamento sobre a situação de suas escolas – clique aqui para acessar o formulário.
VENHA DISCUTIR A LUTA EM 2025 NA ASSEMBLEIA DO DIA 15/02 NO CLUB MUNICIPAL
Baixe agora o boletim do Sepe para a Rede Estadual RJ que convoca a categoria para a assembleia deste sábado, 15/02, às 10h, no Club Municipal (Rua Haddock Lobo, 359/4º andar – Tijuca)
Reivindicamos a reincorporação de todas as disciplinas científicas, com pelo menos dois tempos, em todos os anos de escolaridade do Ensino Médio.
127 instituição representativas de ensino já assinaram o manifesto pela imediata mudança curricular, ainda em 2025. Agora, os profissionais de educação, estudantes, pais, responsáveis e demais cidadãos também podem assinar, individualmente, o manifesto, acessando este link: https://docs.google.com/forms/d/1Mx782HzOvBxengZQ4YK-dwp6O5guNKUdl2Fi1goAFCk/viewform?edit_requested=true
Participe da luta por uma matriz curricular inclusiva, equânime e democrática, em contraponto ao Novo Ensino Médio.
Leia sobre o ato em defesa da imediata mudança da matriz curricular.
Se é viável mudar, por que manter uma Matriz Curricular que exclui disciplinas para 2025, SEEDUC? Nota sobre audiência com a SEEDUC sobre a Matriz Curricular:
A direção do Sepe RJ e uma comissão composta pelo Fórum Estadual de Educação, por representações estudantis da AERJ e do Fórum dos Grêmios Estudantis se reuniram com a SEEDUC, dia 11 de dezembro para discutir a mudança da matriz curricular para 2025. Durante o encontro, o Sepe apresentou uma proposta viável de Matriz Curricular, aprovada em assembleia do sindicato e em plenária dos estudantes, que assegura todas as disciplinas da Formação Geral Básica com, no mínimo, dois tempos semanais em todas as séries.
O Sepe destacou, diante dos baixos resultados educacionais da rede e do elevado índice de evasão escolar, a necessidade urgente de implementar a mudança já em 2025, ressaltando a inexistência de impedimentos legais e comprovando a plena viabilidade da proposta, tanto nos aspectos operacionais quanto financeiros.
Ressaltou ainda que esses estudantes devem ser vistos como pessoas, sujeitos de direitos, e não reduzidos a números. É inadmissível que vidas inteiras sejam comprometidas para manter um modelo que já foi reconhecido nacionalmente, inclusive pelo Congresso, como um fracasso e prejudicial aos estudantes. O Sepe destacou que professores e estudantes não aceitarão iniciar o ano letivo de 2025 sob o peso de uma matriz excludente, que só aprofunda as desigualdades no acesso ao conhecimento crítico e científico, quando existe viabilidade, legalidade e urgência para a aplicação da Matriz Curricular proposta pelo sindicato.Lembramos ainda, que professores e estudantes acumulam uma série de insatisfações por causa dos repetidos desrespeitos aos seus direitos, como o descumprimento do piso salarial do magistério em conformidade com o Plano de Cargos e Carreiras; a restrição à liberdade das entidades estudantis de promoverem a formação e o fortalecimento dos grêmios estudantis; além da falta de funcionários e das condições precárias de infraestrutura.
A representante do Fórum Estadual de Educação, professora Malvina Tuttman, afirmou que, após uma análise minuciosa, confirmou que a matriz proposta pelo Sepe e pelos estudantes está em conformidade com as diretrizes e legislações vigentes, reforçando a recomendação de sua implementação imediata em 2025, em respeito aos direitos dos alunos que ingressarão no próximo ano. Os estudantes reforçaram que seus direitos não podem ser adiados para 2026 em nome de um suposto melhor planejamento, destacando que é o futuro deles que está sendo gravemente comprometido.
Em seguida, as representações estudantis denunciaram os impactos devastadores da grade atual, que dificultam o acesso às universidades, aumentam a evasão escolar e prejudicam os sonhos de milhares de jovens. O Sepe reiterou que a aplicação da Matriz Curricular proposta já em 2025 não impede que a SEEDUC continue seu planejamento e discussões para 2026. Com base nessas considerações, a Secretaria comprometeu-se a apresentar uma resposta até a próxima quarta-feira e a marcar uma nova reunião para a continuidade das discussões.
Foi reiterado que os estudantes não podem continuar sendo prejudicados em nome de planejamentos futuros. A mudança é urgente e inadiável: a implementação imediata da nova matriz é indispensável para reverter os danos causados pelo modelo atual e garantir uma educação digna, justa e inclusiva. A categoria e os estudantes, junto com toda a comunidade escolar, se manterão vigilantes e organizados em busca de justiça curricular, exigindo que seus direitos não sejam negados em 2025.
Veja pelo PDF abaixo a grade curricular proposta pelo Sepe e o GT do Nem à SEEDUC:
https://seperj.org.br/wp-content/uploads/2024/12/Apresentacao_Plebiscito_GradeCurricular25-2.pdf
O Sindicato dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEPE-RJ) manifesta seu mais veemente repúdio à sindicância aberta pela Secretaria de Estado de Educação-RJ (SEEDUC) contra o professor de Sociologia João Paulo Cabrera em razão de seu posicionamento contra o Novo Ensino Médio e de suas ilustrações presentes na cartilha deste sindicato. Trata-se de um ataque não apenas à liberdade do professor, mas a toda categoria docente; uma tentativa de utilizar o medo e a intimidação para silenciar uma voz crítica e impor uma censura que fere profundamente o direito à educação dos estudantes.
A reforma do Novo Ensino Médio foi amplamente criticada pela sociedade e, neste ano, diante de seus comprovados problemas, passou por mudanças legais, exatamente em resposta ao intenso debate público sobre o tema. Entretanto, em um movimento que demonstra nítido autoritarismo persecutório, a SEEDUC, em vez de acolher a legislação federal, a pluralidade de visões e de promover debates fundamentais à democracia, escolhe criminalizar o debate e os educadores, abrindo, como neste caso, processos administrativos que não possuem materialidade ou admissibilidade de provas e que, ao longo de suas tramitações, se mostram nulos em suas justificativas e fundamentos.
Não por coincidência, a sindicância foi aberta logo após a participação de João Paulo Cabrera em audiência com a SEEDUC sobre as mudanças na matriz curricular para 2025, como representante de base do GT contra o NEM do Sepe. Cabrera integra também o GT do SEPE contra a Perseguição Política, que estuda o fenômeno crescente de sindicâncias contra educadores desde a chegada de integrantes das forças de segurança do Estado na estrutura da Corregedoria da SEEDUC, e explicita outras perseguições políticas na rede – não nos resta dúvidas que este é mais um triste e revoltante episódio de perseguição.
É inaceitável que qualquer professor seja exposto a constrangimentos e abusos, como sua retirada de sala de aula para oitivas, a convocação de seus estudantes para depoimentos cujas condições de realização são desconhecidas e o patrulhamento de conteúdos programáticos em seus diários de classe. Essas ações excedem todos os limites da urbanidade, da razoabilidade, enfim, da democracia. Um tipo de procedimento claramente desproporcional, que visa causar transtornos e calar aqueles que se posicionam em defesa de uma educação de qualidade e dos interesses da comunidade escolar.
O sindicato entende que um dos efeitos pretendidos por essas sindicâncias é, evidentemente, gerar uma atmosfera de autocensura, na qual os próprios educadores deixam de abordar temas fundamentais para os estudantes, em uma tentativa de se protegerem de possíveis retaliações e constrangimentos causados por processos administrativos que, em verdade, não deveriam nem ser iniciados quando carecem de justificativas na própria lei. Por mais que o famigerado projeto “Escola sem Partido” não tenha legalidade segundo a Justiça, a SEEDUC pretende colocá-lo em prática com tais condutas reiteradas de assédios, sindicâncias e perseguições.
Diante disso, o Sepe exige a nulidade imediata do processo administrativo contra o professor João Paulo Cabrera e reafirma sua posição em defesa de uma educação pública e livre, onde o pensamento crítico e a pluralidade de ideias sejam respeitados. Reiteramos que o uso de sindicâncias como ferramenta de intimidação deve ser prontamente denunciado e combatido.
destaque-home, Estadual, Sem categoria, Todas
O Sepe fez um formulário para que os profissionais da Educação da rede estadual do Rio de Janeiro possam informar sobre ocorrências de DESCLASSIFICAÇÃO no processo de migração que vem sendo realizado pela Seeduc, para os professores interessados em migrar sua carga horária de 18h para 30 horas.
Atenção, é importante preencher o formulário completo para que possamos dar o encaminhamento pertinente sobre cada situação.
Link para o formulário: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeGwo9k8gBfBdBQpq7rlnHDLyKXEWGzwfhL6Snqe6r3-csB0Q/viewform